domingo, 9 de novembro de 2014

Capitulo 35 (parte I)

Olá meninas!
Como sempre, peço desculpas por não postar com muita regularidade! Acreditem que por minha vontade vos trazia um capítulo todos os dias, mas de facto não me é possível.
Bom, mas aqui está um novo capitulo, que espero que gostem!
Besitos <3


(Mónica)

-Amor, cê se importa de ir abrir? Eu tou terminando de me vestir - pediu, após terminar de se calçar, levantando-se para apertar o cinto das calças.
-E depois nós é que demoramos horas, não é menino? - ri, saindo em seguida do quarto até ao andar inferior para abrir a porta. Abri-a ainda com um sorriso no rosto, deparando-me com uma rapariga do outro lado da porta. De cabelo um pouco depois dos ombros, meio para o aloirado, olhos castanhos, pele brilhante, sorriso encantador, assim como um corpo totalmente invejável.


No momento exacto em que a encarei, um arrepio logo percorreu a minha espinha, seguindo-se um novo arrepio com o olhar desdenhoso que ela me lançou de alto a baixo, como que tentando demonstrar-se superior. Porém, com educação e respeito, mantive um ligeiro sorriso.
-Boa noite - disse-lhe.
-Boa noite - retorquiu, num tom igualmente desdenhoso de um sotaque brasileiro que já me era tão familiar, tornando-o apenas um pouco menos desdenhoso devido ao tom meio jovial do seu timbre de voz.
-Posso ajudá-la em alguma coisa? - perguntei, sentindo-me um pouco incomodada pela atitude de superioridade que a rapariga ostentava, firmando-se mais ainda através das suas roupas curtas e justas que realçavam mais ainda os seus traços e curvas.
-O Rodrigo tá em casa? - perguntou, lançando um breve olhar sobre as minhas costas. Ia responder-lhe quando ouvi os passos do Rodrigo, que terminava de descer as escadas, abotoando os punhos da camisa, ainda meio aberta.
-Quem é amor? - perguntou, chegando junto a mim ainda de cabeça baixa. E assim que ergueu o olhar para a porta a sua expressão perdeu-se, fixando desagradavelmente o olhar na rapariga. Esta olhava-o fixamente, com uma espécie de sorriso no rosto. - Carolina - disse ele, inexpressivamente. Após ouvir tal nome senti-me petrificar. O arrepio que senti assim que a encarei tinha tido a sua razão de ser. A ex-namorada do Rodrigo tinha voltado, e estava ali, bem na nossa frente.
-Oi meu bem! - sorriu ela.
-O que é que você tá fazendo aqui? - perguntou o Rodrigo friamente.
-Nem vai me convidar pra entrar? Tá perdendo seu cavalheirismo garoto! - respondeu ela, começando a dirigir-se para a porta, de onde nem eu nem o Rodrigo nos havíamos movido. - E você garota, quer fazer o favor de sair da minha frente e bancar de novo aquela de boa mocinha?
-Não fala assim com a minha namorada! - disse imediatamente o Rodrigo, adquirindo para além da frieza na voz uma posição tensa ao meu lado. - E eu não vou te convidar pra entrar nem vou querer ouvir mais a sua voz, por isso me faça o favor e vá embora.
-Ai, me desculpa, essa daqui é sua namorada? Pensei que fosse uma das suas empregadas atiradiças e desesperadas! - disse ela, recorrendo a uma falsidade deplorável. - E você, para além de um mau gosto agoniante pra escolher garotas de curtição, tá ficando muito pouco Senhor! Onde que já se viu alguém me deixar na porta de casa? Nunca ninguém fez isso comigo, viu?
-Cala essa sua boca! Você não tem moral nem sequer direito pra falar assim! - aumentou um pouco o tom de voz, exaltando-se.
-Até me mandando calar você já tá? Ai que suas amiguinhas não andam te fazendo bem mesmo!
-Sabe porque é que você não tá acostumada a que alguém dê resposta torta pra você e te deixe na porta? Porque cada porta que você bate você vai se oferecendo, mas aqui nem oferta, nem desculpa, nem nada! Eu quero é que você suma! - continuou ele a responder-lhe, do mesmo modo frio e exaltado. Eu não sabia o que fazer. Mantive-me ali, petrificada, enquanto os ouvia.
-Ah, pelo amor de Deus, Rodrigo! Não fala muito que você bem gostava quando eu era sua!
-Cala a boca, Carolina!
-Porquê, vai negar? Melhor, vai dizer que essa dai é melhor que eu?
-Não, ela não se compara com você, é diferente! Você não vale nada! Ainda não cansou de dar o golpe nas pessoas? Ainda não bateu com a cabeça de uma vez pra aprender a se civilizar?
-Ah, esse pãozinho sem sal vale mais que eu? Nem pintada de ouro, meu bem! Basta colocar uma no lado da outra e ver quem é a melhor! - Estas acusações, as bocas e as provocações tanto ao Rodrigo como a mim estavam a fazer-me fervilhar por dentro e recordar tudo o que ela tinha feito ao meu namorado e tudo o que ela lhe tinha dito, e a revolta voltava a percorrer o meu interior.
-Mas tu importaste de te calar e por-te daqui para fora? Para de importunar a vida ao meu namorado! - gritei, não suportando mais permanecer em silencio. O Rodrigo pareceu assustar-se ao ouvir-me, mas deixou-me prosseguir, sem me interromper. - Ainda não percebeste que ele não quer mais nada vindo de ti?
-Ui, que ela fala! - riu a Carolina. - Queridinha, não se acostuma a chamar ele de seu namorado que daqui a dois, três dias ele vai tar te largando!
-Vê-se bem que não conhecias a pessoa que tiveste ao teu lado! Se conhecesses sabias que quando ele ama ele luta, e eu dou-lhe aquilo que tu nunca lhe deste verdadeiramente: amor! A única coisa que tu amas é a ti própria! O amor pelos outros some-te  quando vês dinheiro!
-E o que é que você sabe pra tar falando, meu bem? Você nem conheceu a gente quando tava junto!
-O Rodrigo contou-me e foi suficiente!
-Ele te contou uma versão da história, a versão dele! Ele é que é o canalha aqui!
-Não vales mesmo nada! - gritei, sentindo-me ofendida com as acusações dirigidas ao Rodrigo.
-Calma amor, ela não merece o tempo da gente - disse-me o Rodrigo, colocando uma mão em cada um dos meus braços.
-Isso, consola a mocinha que você vai largar em breve pra voltar pra mim! - riu a Carolina.
-Eu nunca voltarei pra você! Vê se me esquece e vai embora!
-Ai é que você se engana, bebe! Eu não vim só de passagem não, eu vim para ficar nessa cidade, descanso é coisa que eu não vou te dar! Ah e você garota, não fica nem no meu caminho! - disse ela, franzindo o olhar na minha direção, ameaçdoramente. Imediatamente a tais palavras o Rodrigo levou a mão pesadamente ao braço dela, apertando-o com força e falando em seguida num tom também ameaçador.
-E você,  nem ousa ameaçar a minha namorada, eu não admito isso.
-Vai me bater? - disse ela, parecendo um pouco incomodada com o apertão que o Rodrigo lhe dava no braço.
-Eu próprio não conheço meus limites, por isso não me testa garota - voltou a ripostar num tom seriamente avisativo. Depois soltou-a bruscamente, mantendo o olhar num mesmo tom. Em seguida estendeu a mão ao sofá,  agarrando no seu blazer e fechou a porta atrás de nós, após ter apagado as luzes da sala, que por sinal eram as únicas acesas. - Vem amor, vamo embora - voltou a falar, num tom mais delicado, dirigindo-se a mim, enquanto entrelaçava as nossas mãos. Começámos a andar em direção ao portão, aberto, e ouvimos os seus passos pouco depois a seguir o mesmo trajeto. - E você,  se livra de tar na minha porta mais uma vez, sem ser convidada, o que não vai acontecer, por isso sai daqui de uma vez, pra não voltar! - disse o Rodrigo num tom ligeiramente mais calmo, porém com o mesmo tom de aviso, sem sequer olhar para trás.

Visão Rodrigo

-Você tá bem? - perguntei, assim que entramos no carro.
-Sim - respondeu, meio inexpressivamente.
-Tem certeza?
-Podes por o carro a trabalhar? E que do retrovisor vejo-a olhar para aqui e a sorrir! - pediu, um pouco impaciente. Acedi ao seu pedido e logo iniciamos caminho para o restaurante que eu, entre abotoar a camisa e me calcar, liguei, reservando uma mesa.
-Me desculpa, meu amor. Eu não faço a menor ideia de como ela me encontrou e não sei porque e que ela tá aqui.
-Está bem, não faz mal.
-Já fez. Ela estragou a nossa noite.
-Só estraga se nós deixarmos.
-Mas você tá com essa cara toda triste... E eu também não fiquei feliz de ela tar aqui.
-Esta cara já passa.
-Tem certeza?
-Sim - respondeu, me oferecendo como prova um pequeno sorriso.
-Então tá! - concordei, animando um pouco mais. Decidi ligar o rádio pra aligeirar mais rapidamente o ambiente, o que surtiu efeito.
Quando chegamos no restaurante, o empregado no conduziu de imediato até à mesa.
-Gostou? - perguntei, observando ela olhando ao nosso redor.
-Sim, gostei - sorriu. O empregado surgiu novamente com os cardápios, voltando a se retirar assim que os entregou à gente.
-Ainda bem, amor - sorri de volta. - Já escolheu? - perguntei, após alguns silenciosos minutos analisando a variedade de escolhas que nos era apresentada.
-Sim, vou pedir o salmão.
-Que bom. - O empregado surgiu, querendo recolher os nossos pedidos, pelo que anunciei então a minha escolha, peito de pato recheado com espinafres e nozes, e a Mónica fez também o seu pedido.
-E para beber? - quis saber o empregado.
-Eu vou querer uma coca-cola com gelo e limão, por favor - pedi.
-Têm vinho à taça? - perguntou a Mónica, me surpreendendo um pouco, apenas pelo facto de ela habitualmente não beber bebidas alcoólicas.
-Temos sim, minha senhora.
-Então traga-me este verde, o Maria Papoila, por favor.
-Você vai beber? - perguntei, com um tom de estranheza, mas não acusatório.
-Sim - respondeu, ao que me foi perceptivel um tom um pouquinho tenso. Ai percebi então que o assunto entre a gente não tava fluindo, que apesar de meros sorrisos aparentes, a tensão rodeava a gente por detrás. Mais uma vez o empregado apareceu com as nossas bebidas, se retirando em seguida. Porém não tardou a regressar, desta vez já com os nossos pedidos. Iniciámos a refeição em silêncio, mas eu não tava tolerando essa falta de troca de impressões, essa falta de troca de palavras. Ela mal olhava pra mim.
-Amor - chamei delicamente, conseguindo finalmente direcionar o seu olhar sobre o meu.


- Fala pra mim.
-O quê? - simulou não entender, desviando o olhar de mim para o seu prato.
-O que você ta pensando, o que você tá sentindo. A gente não tá tendo assunto como a gente sempre tem e você não tá nem olhando pra mim - ela permaneceu em silêncio, fitando o seu prato, mas segundos depois ela expirou profundamente e rompeu o voto silencioso.
-A Carolina. - O que eu imaginava. Comecei tentando encontrar alguma coisa pra dizer que a confortasse, mas interrompi a procura, visto que ela prosseguiu. - Ela intimidou-me. Eu tentei com que não acontecesse, mas não consegui. Para além de ela ser bonita ela é...
-Amor, para por aí, por favor. Não se rebaixa, pelo amor de Deus, você não se compara a ela nem um pouco, vocês são completamente diferentes!
-Por isso mesmo.
-Por isso mesmo que você não vai fazer comparação alguma! Você é muito melhor que ela em todos os aspectos. Ela não tem esse seu brilho doce no olhar, nao tem a sua delicadeza falando, não iguala esse seu sorriso maravilhoso e contagioso. Ela nunca me fez sentir tão completo, tão apaixonado, tão feliz como você me faz. Não tem comparação possível amor, não tem. - Ela se manteve apenas me olhando. - Entendeu?
-Sim... - me respondeu ainda meio reticente.
-Dá pra entender com firmeza e convicção dessa vez? - sorri, esperando umas posição mais firme da sua parte.
-Sim - tornou dizendo, desta feita sonoramente e convictamente aceitável, adornando tal resposta com um leve sorriso.
-Agora me dá um sorriso gigante, por favor! - Ela acedeu ao meu pedido, me fazendo compartilhar de um grande sorriso também. Conseguimos então depois terminar o jantar com maior normalidade e ligeireza no ambiente. Após umas sobremesas calóricas, pra melhorar o nosso estado de espírito, paguei a conta e saímos do restaurante iniciando caminho até ao carro. Ela estava um pouquinho adiantada, e quando observei ela de costas a imagem me surgiu tão bonita que pedi que parasse e olhasse pra mim, pra que pudesse tirar uma foto.
-Deixa-me ver! - pediu, vindo ao meu encontro, pelo que mostrei pra ela a foto.


-Você é linda - elogiei, mesmo sendo a enésima vez que o fazia, roubando um breve beijo dos seus lábios. - Agora vem que a gente ainda não vai pra casa! - anunciei, pegando a sua mão e nos dirigindo por fim ao carro. Vinte minutos depois tava estacionando o mesmo.
-Onde é que vamos? - perguntou, curiosamente pela primeira vez, enquanto admirava o lindo espetáculo que se prostrava na nossa frente.



-Andar um pouquinho!
-Andar? Com estes saltos daqui a nada estás a levar-me ao colo!
-Olha que eu levo! - falei, sorrindo, enquanto segurava a sua mão e começavamos caminho.
-Olha que eu sou pesada!
-Nem tanto assim! Mas se eu quero casar com você talvez é melhor eu ir treinando e me habituando a carregar você no colo!
-Tu livra-te de me ires pedir em casamento agora!
-Vai machucar meus sentimento! - forjei ofensa, mas sorri no momento seguinte, porém não tão rápido para evitar ver a sua cara afetada.
-Desculpa, eu não quero mago...
-Eu tava brincando, você não me machucou de jeito nenhum amor. Descansa porque tão cedo pelo menos eu não vou te pedir em casamento! O facto de você ter vindo morar comigo é suficiente por agora, se bem que é quase a mesma coisa. - Tornei a sorrir, gesto que a apaziguou e a fez retornar o meu sorriso, prosseguindo caminho comigo. Assim que demos por terminado o trajeto ela fico, mais uma vez, observando a seu redor.



-Não precisa ter medo que não vai virar local de crime! - ri, brincando com ela, resultando uma gargalhada também da sua parte.
-Por acaso só estava a pensar que é bonito.
-É bonito de dia e agora à noite ainda fica mais! Parece que tá envolto de uma magia qualquer... E com você aqui comigo fica perfeito.
-Eu também sinto essa magia... É tão envolvente, tão acolhedora mesmo estando na rua... É lindo!
-Como você!
-Esqueceste-te do''exagerado'', que é a tua parte!
-Dá pra aceitar um elogio meu sem reclamar?
-Dá para deixares de ser exagerado?
-Eu não sou exagerado!
-Hm-hm - desdenhou.
-Eu te amo - disse, esperando apenas a correspondência ao beijo que dei nela de seguida.
-Eu amo-te mais!
-Será que você vai argumentar sempre de volta? - sorri, recebendo um beijo, ao que me pareceu ser de teor consolativo. Acabámos sentando, se bem que eu no chão e ela no meu colo, porque alegadamente o vestido teria de manter o branco imaculado... Tudo desculpa pra sentar no meu colo, mas me agradava sendo desculpa ou não. As constelações não foram nem metade identificada,se concluindo então que a astronomia não era, de todo, o nosso forte, mas não me importei muito, porque o que brilhava mais na minha vida tava bem encostado ao meu corpo.
-Amor, eu trouxe você aqui porque é lindo, como você, mas eu trouxe você aqui por outro motivo.
-Que motivo?
-Eu não sei se pra você é exagerado, ou pode até ser uma coisa sem muita importância, mas pra mim é e eu queria fazer isso.
-Ai amor, desenrola logo, estou a morrer de curiosidade! - pediu, impaciente. Levei então a mão ao bolso esquerdo do meu blazer, que agora cobria e aquecvia as costas da minha menina, e retirei de lá a pequena caixa.
-Eu já tinha comprado faz uma semana, mas só agora é que eu achei que eu devia dar pra você. Uma semana nem faz tanta diferença, mas eu senti que era agora e não quando eu comprei - me expliquei, abrindo a pequena caixa na nosxsa frente, envolvendo ao mesmo tempo o seu corpo com os meus braços.



-São lindas, amor - sorriu, me presenteando com um beijo. Não dissemos mais nada. Após o pequeno beijo colocámos as alianças, acompanhados de sorrisos de felicidade e ficámos ali apenas trocando carinhos e beijos durante pelo menos mais uma hora.
-Amor, o asento continua confortável, mas estou cheia de frio. Podemos ir embora? - perguntou, se desencostando do meu corpo.
-Claro amor - acedi de imediato, me levantando depois dela para que regressassemos ao carro e retomassemos o calor de casa.
Era uma da manhã quando a gente chegou em casa. Depois de descer do carro a Mónica tirou os sapatos e se dirigiu apressadamente até à porta da entrada, levando já as minhas chaves na mão para poder abrir a mesma, e ao fazê-lo, depois de eu já ter entrado e ela à guerra com a chave na fechadura, deixou cai os sapatos.
-Ah, vocês já chegaram... - descobri a cabeça da minha irmã no sofá, e logo depois fui sobressaltado pelo Donni, que correu na direção da minha namorada.
-Ficou acordada esperando a gente, maninha? - perguntei, me encostando no braço do sofá e fazendo uma festa no seu cabelo. A Mónica finalmente fechou a porta e pegou nos sapatos, recolhendo também o Donni no colo.
-Não, nem tava, mas acabei adormecendo aqui com esse bichinho lindo! - respondeu a mina irmã, esticando um braço e fazendo festinhas no Donni.
-Tá, mas então é melhor você agora subir pró quarto e dormir na sua cama pra não ficar com dor de costas.
-É, eu vou subir sim.
-E a gente também vai, não é amor?
-Sim - concordou a minha namorada, colocando o Donni no chão.
-Espera aí! Que é que é isso? - perguntou, com um sorriso se formando, ao pegar a mão da Mónica.
-Uma aliança, você sabe - respondi, mei revirando os olhos, mas não evitando um sorriso.
-Ai que lindos, gente! - sorriu mais ainda.


-Isso você também já sabe!
-Ai, pronto, tá bom! Sabe que eu às vezes não sei como que você aguenta o meu irmão?
-Bom, gente, vamo subir então?
-Vamos! - concordou a Mónica.
-Ah, Rodrigo!
-Fala! - me dirigi novamente à minha irmã.
-Isso aqui é pra você - disse, me estendendo algo que me pareceu uma carta. - Alguma fã bem aplicada deve ter descoberto onde que você morava! - sorriu. Sorri levemente, aceitando o pedaço de papel e abrindo pra ler. Minha circulação teve umtrânsito absoluto ao ler. - Ai Rodrigo, que cara é essa?
-O que é que foi, amor? - perguntou, se aproximando de mim.
-É da Carolina - esclareci, secamente. A Mónica acusou de imediato a mesma aparência que eu.
-A sua fã se chama Carolina?
-Não.
-Não?
-Não.
-Então? Carolina? Mas... que Carolina?
-A Carolina.
-A Carolina? Como assim, a Catrolina? Como é que...?
-É a nova vizinha da frente - esclareci mais uma vez, amargamente. A Mónica arregalou os olhos, demonstrando ainda mais incredulidade e desagrado.
-Como que isso é possível? O que é que ela veio fazer aqui?! - pausou meros segundos, mas retomou a palavra. - Ela deve tar querendo as boas-vindas dos vizinhos! Mas então eu vou lá fazer a vontade dela! Dou as boas-vindas e as idas! - exasperou a minha irmã, se dirigindo prá porta da rua. Tive de segurá-la.
-Não Mariana, deixa, isso é o que ela quer. A gente vai ter de ignorar ela.
-Ai Rodrigo, mas você sabe a vontade que eu tenho de...
-Vai ter de controlar.
-Acredita que se ela aparecer na minha frente eu não controlo nada! - Suspirei.


-Pronto gente, vamo subir e descansar que amanhã é um novo dia! - Acabámos então por subir para os nossos quartos.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Capitulo 34 (parte V)

Boa noite meninas!
Antes de tudo queria pedir-vos muitas muitas desculpas pela demora, novamente, em postar, mas tenho andado numa má fase e não tenho tido muito tempo nem paciência, sem falar na falta de inspiração! Mas bom, finalmente consegui terminar o capitulo, portanto, aqui está ele, espero que gostem!
E novamente, desculpem-me tanta demora, espero que compreendam e não desistam de ler a minha fic!
Beijinhos <3

(Rodrigo)

-Como é que tens tanta certeza? - perguntou a Mónica, de repente. Um ar sério se abatera sobre o seu semblante.
-A gente tem sempre cuidado, amor - Ela não deu resposta alguma e a dureza do seu rosto se manteve. Aí entendi que o ambiente tava ficando pesado entre a gente, mas não percebi porquê exatamente.
-Oh casalinho, discutam esses pormenores sozinhos, está bem? Não me apetece muito ouvir por acaso quantas vezes é que vocês se enrolam debaixo dos lençóis! - falou o Rúben, fazendo todos os outros na mesa rir, porém, eu e a Mónica não comparticipamos disso. Enquanto ela tentava por tudo não fixar o olhar em mim, eu fazia o oposto em relação a ela, tentando perceber o que é que eu tinha falado de errado. O Rúben já tinha trazido um novo assunto à mesa, mas eu não conseguia prestar atenção.
-Com licença! - disse a Mónica, de repente, saindo da mesa abruptamente e subindo as escadas correndo, em direção quase certa de destino ao quarto.
-O que é que se passou? - perguntou o Mauro, desorientado.
-Eu vou ver ela! - se levantou a minha irmã imediatamente.
-Eu vou contigo! - se juntou a Filipa, seguindo a minha irmã escadas acima.
-O que é que se passa? - voltou o Mauro a perguntar.
-Puto, foste um bocado agressivo!
-Porquê? O que é que eu falei de errado?
-Viste a tua resposta quando eu disse que tinha esperança de ser tio? Foste pior que direto e foste bruto!
-Eu só falei o que eu acho.
-Falaste mal, puto! Parecia que me querias matar só por ter posto a hipótese, que nem era hipótese nenhuma!
-Não! Mas é que todo mundo anda querendo que isso aconteça com a gente!
-É bom sinal, ao menos desejamos-vos bem! - falou o Mauro.
-Isso, mas agora tu cala-te que eu quero tentar pôr juízo na cabeça deste miúdo! - voltou a dirigir a palavra pra mim. - Sabes que as mulheres são, quer dizer, no geral, são muito sensíveis nesse assunto, é o sonho de todas elas, e tu dizeres isso assim dessa forma abrupta, magoa. E tu sabes que a pequenina é doida por ti e tu por ela, vocês têm tempo, mas fala com calma, de uma maneira mais calma, com mais sensibilidade. A pequenina é sensível, sabes isso. - E aí entendi. Tinha magoado ela com aquilo, falei sem pensar direito, fui insensível e magoei a minha menina sem querer.
-Se calhar devias ir falar com ela - sugeriu o Mauro.
-Não, agora não puto. Deixa elas descerem, deixa-a um bocadinho sozinha e depois vais lá.
-Tá - concordei, não retomando o animo que seria suposto pra essa noite.
-Vá, agora vamos lá fazer alguma coisa! Toca a levantar a mesa às meninas! - instigou o Rúben. Me levantei pra ajudar eles, mas a preocupação me enchia o pensamento.

Visão Mónica

A reação do Rodrigo tinha-me magoado. Parecia que um choque tinha percorrido a minha corrente sanguínea e ao chegar ao coração, fê-lo tremer. Não sabia exatamente, para além da reação normal expectada numa situação assim, porque é que me tinha afetado tanto, mas não consegui permanecer mais tempo à mesa, por isso levantei-me e decidi acudir-me no quarto. E as lágrimas jorraram dos meus olhos. Precisava de deitar o aperto que tinha para fora e chorar ajudava. Mas este momento sozinha durou pouco, pois alguns segundos depois bateram à porta.
-Mónica? - chamou a Mariana. O simples facto de ouvi-la chamar-me fez-me chorar mais. Devagar ela abriu a porta e entrou, seguida pela Filipa. - Não chora assim - lamentou, sentando-se ao pé de mim e abraçando-me, ao que a Filipa se juntou ao abraço. Continuei a chorar enquanto elas permaneceram a envolver-me no grande abraço, abraço esse que me ajudou e me fez acalmar, cessando depois o choro.

-Obrigada - agradeci-lhes num tom um pouco rouco.
-Não tens de agradecer, princesa. Nós queremos é que fiques bem, não queremos ver-te assim!
-O que o Rodrigo disse magoou-me.
-O meu irmão foi bruto falando daquele jeito, mas você sabe que ele te ama! - disse a Mariana docemente.
-Mas magoou-me.
-Nós percebemos-te, princesa, é normal sentires-te assim, mas olha ele falou da boca para fora! Agora acalmas-te um bocadinho e depois falam os dois sozinhos, pode ser? - pediu a Filipa. Hesitei um pouco, mas acabei por responder.
-Pode - concordei. Sempre fora assim, sempre defendera que primeiro deve conversar-se. Então conversaria primeiro com o Rodrigo e depois decidia se valia a pena continuar chateada ou não.
-É isso aí! - sorriu-me abertamente a Mariana, pousando uma das suas mãos em cima da mão que não estava envolta nas mão da Filipa. - Quer ficar um pouquinho sozinha agora pra se acalmar?
-Sim - assenti com um leve sorriso.
-Então pronto, nós vamos descer, e provavelmente levantar a mesa! - disse a Filipa, revirando ironicamente os olhos, o que me fez abrir um pouco mais o sorriso. - Isso mesmo, sorri! - sorriu-me, levantando-se da cama ao mesmo tempo que a Mariana. - Qualquer coisa estamos lá em baixo.
-E se não quiser ir lá em baixo manda uma mensagem pra gente que a gente vem correndo ter com você, tá?
Está bem, obrigada meninas - agradeci.
-Deixa de ser boba, menina! As amigas servem pra quê, hein? - sorriu a Mariana. Trocamos um último sorriso e elas saíram. Tornei a ficar sozinha com os meus pensamentos e a minha mágoa quase revitalizada. Era claro que ser mãe era um sonho meu, afinal, é um sonho comum a quase todas as mulheres, e ouvir a pessoa que amamos e com quem já imaginamos um possível futuro, dizer com aquela brusquidão toda que não vai ser pai agora nem tão cedo é claro que magoa. Nunca tínhamos falado acerca disso, se calhar por isso é que me chocou mais essa reação dele, mas já que este pequeno desentendimento surgiu, surgia agora também uma primeira conversa sobre o assunto. Chegarmos apenas a um consenso, saber a opinião um do outro relativamente ao tema, mas conversar sobre isso e ter já uma base que ampare minimamente quando procedem coisas destas. Estava a divagar sobre tudo isso quando batem novamente à porta, abrindo-a cuidadosamente em seguida. O Rodrigo apareceu do outro lado. Tinha um ar preocupado e posso dizer que algo culpado, pedindo silenciosamente desculpas.
-Amor... - disse, fechando a porta atrás de si. Não lhe disse nada, por isso ele prosseguiu. - Desculpa ter reagido daquela forma. Eu nem sei porque é que eu reagi daquela forma tão bruta, eu não pensei...
-Não me digas.
-Não fica triste comigo, por favor. Eu não quero ver você desse jeito.
-Então vamos conversar.
-Vamo - concordou, sentando-se à minha frente na cama.
-E se eu estivesse grávida agora?
-Você tá? - perguntou, algo alarmado.
-Não - esclareci rapidamente. - Mas e se estivesse? Ias fugir porque não queres ser pai agora?
-Não, claro que não!
-Pela tua resposta à mesa não foi o que pareceu.
-Mas eu falei sem pensar, meu amor, eu fui um babaca!
-Podes crer que foste!
-Mas eu te amo - disse, chegando-se para mais perto de mim.
-A tua sorte é que eu sei que é verdade, e eu também te amo.
-Então me perdoa?
-Sim - asenti, vendo logo em seguida o seu sorriso e sentindo os seus braços envolverem-me num abraço.
-Obrigado, meu amor - agradeceu. - Eu prometo que não vou voltar a ser um babaca e falar sem pensar! E eu não tou contando ser pai agora, mas se acontecer eu te prometo que eu vou ficar do seu lado do mesmo jeito!
-Acho bem que sim!
-Prometo! - reafirmou, olhando-me diretamente. - Posso te dar um beijo? - perguntou respeitosamente.
-Podes - respondi, mal tendo tempo para exibir um breve sorriso, pois ele colou a sua boca à minha.

Visão Filipa

Que tivesse memória, nunca tinha visto a Mónica chorar daquela maneira, mesmo não a conhecendo há tanto tempo assim. Custou-me imenso ver a minha melhor amiga daquela maneira, mas com um mega abraço meu e da Mariana e algumas palavras meigas conseguimos acalmá-la e até fazê-la sorrir, por mais breve que fosse o sorriso. Saímos do quarto e regressámos ao andar inferior, já com a intenção de ir levantar a mesa, visto que os rapazes geralmente só tinham a vontade necessária para comer, mas quando lá chegamos o trabalho já estava feito.
-Eh lá, oh Mariana, que santo é que caiu do altar? - virei-me espantada para a irmão do namorado da minha melhor amiga.
-Três pelo menos caíram! - respondeu, dando uma pequena risada em seguida.
-Digam lá que não foi uma boa surpresa? - perguntou o Mauro, com um ar satisfeito.
-Foi sim! - respondeu a Mariana.
-Mas quem deu a ordem fui eu, senão não havia mesa levantada! - contrapôs-se o meu namorado, como sempre, de cada vez que a ideia provinha dele.
-Vê lá oh florzinha, não te caía a coroa! - gozou o Mauro.
-Tu já nem sabes o que dizes! Então estás a misturar flores com rainhas? - disse o Rúben, julgo que já com a intenção de adquirir o mérito ao gozar com o Mauro de forma modesta, mas eficaz.
-Hã? - baralhou-se o Mauro. Eu e a Mariana demos uma breve gargalhada.
-Vês, nem tu já sabes o que dizes! - riu também o Rúben, obtendo apenas um encolher de ombros resignado da parte do Mauro.
-Bem, mas já que foste tu que tiveste a ideia, podes aplicá-la quando ficas lá em casa, amor - meti-me com o Rúben, apoiando-me no seu ombro.
-Eu ajudo-te quando fico lá
-Não estou a dizer que não, é só para não te esqueceres, que assim é que és lindo!
-Só assim? - respondeu avidamente, com um sorriso.
-Pronto, assim és ainda mais lindo, está bem?
-Assim está! - riu o Rúben.
-Eu vou lá em cima falar com a Mónica - disse o Rodrigo, com um ar um pouco pesaroso.
-Podes ir, ela já está mais calma, mas há uma coisa que te obrigo a fazer, que é pedires desculpas. E tem atenção à maneira como falas com ela, por favor -disse-lhe, não querendo tornar-me ameaçadora, mas zelando pela minha melhor amiga, e secretamente por ele também, porque era óbvio que ambos se amavam, e não podia ser devido a uma atitude imprudente dele que as coisas iam ficar mal.
-Eh lá, amor, onde é que aprendeste a ser ameaçadora tão subtilmente? - sorriu-me o Rúben.
-Não estou a tentar, nem a ser ameaçadora, não estou mesmo Rodrigo - disse, dirigindo-me novamente a ele - , mas ela é a minha melhor amiga e eu detesto vê-la sem um sorriso, ainda por cima por causa de uma atitude imprudente da tua parte!
-Eu entendo, e pode deixar que eu vou pedir desculpas pra ela e vou ter calma - assegurou.
-Vá, vai lá, puto. E já sabes, calma, se faz favor - disse-lhe o Rúben, ao que o Rodrigo assentiu e subiu as escadas para o andar superior.
-E a gente vai fazer o quê? - perguntou a Mariana, enquanto regressávamos à sala.
-Bem, geralmente eu quero ficar e fazer alguma coisa, mas hoje apetece-me chegar à cama brevemente! - disse o Rúben.
-Por acaso também já me ia deitar! - disse também o Mauro.
-Vou só ficar à espera para ver como é que aqueles dois ficam e depois vamos, pode ser princesa? - perguntou-me o meu namorado.
-Sim, claro amor - concordei. Acabamos por nos sentar a conversar, até que ouvimos os esperados passos a descer as escadas. Virámo-nos para trás e deparámo-nos com a Mónica e o Rodrigo abraçados e com sorrisos na cara.

-Ora finalmente, que lindos que eles estão outra vez! - sorriu o Rúben, assim que les se sentaram ao pé de nós. Eles apenas sorriram.
-Ele pediu desculpas pra você? - perguntou a Mariana.
-Sim, e já conversámos, está tudo bem - esclareceu a Mónica, sorrindo. Era bom tornar a vê-la sorrir, aliás, aos dois.
-Bem ainda bem que está tudo bem, garanto que saia daqui até vocês se entenderem, por mais que me apeteça ir para a cama e só acordar amanhã, por isso, visto que já está tudo bem conversado e já trocaram as caras feias pelos vossos sorrisos fantásticos, eu e a minha princesa vamos embora!
-é de estranhar quereres ir já embora, mas pronto, se queres vai, Rú! - disse a Mónica.
-Estou cansado hoje, pequenina.
-Então vai, vá, para amanhã estares capaz de aguentar mais que hoje!
-Olha-me esta... Mas pronto, nós vamos, então - levantámo-nos e todos se levantaram tsmbém para se despedirem de nós.

Visão Rodrigo

Depois de o Rúben e a Filipa irem embora, a minha irmã e o Mauro ficaram pela sala enquanto eu a Mónica demos as boas noites e subimos para o nosso quarto. Depois de trocarmos a roupa pelos pijamas e termos escovado os dentes, nos deitamos e eu envolvi o seu corpo nos meus braços.
-Desculpa ter sido um babaca com você, amor - falei, interrompendo o silêncio.
-Já te desculpei, amor.
-Mas eu ainda tou me sentindo mal de ter deixado você daquele jeito.
-Esquece amor, já passou, vá - disse ela, passando a mão no meu rosto.
-Com que idade que você gostava de ter filhos? - perguntei. Queria ficar mais esclarecido quanto às ideias e planos do futuro dela, para poder organizar os meus pensamentos sobre isso também.
-Não tenho uma idade especifica, amor, mas antes dos 30 com certeza.
-Tá... Mas olha, seja com a idade que for, você vai ser uma grávida linda, meu amor! - Ela apenas gargalhou, mas compartilhando um olhar e um sorriso meigo. Sorri igualmente pra ela e a abracei, terminando a conversa.  Era certo que eu queria ter tudo mais ou menos estudado, mas por agora eu só queria adormecer abraçado a ela.

-Belo serviço ontem, hã puto? - falou o Rúben, após alguns minutos de conversa banal, os mesmo que iniciaram o diálogo desde que havíamos chegado no Caixa, para mais um treino.
-É, eu sei...
-Passaste-te mesmo! É que juro que por instantes nem parecias tu, puto! E tu sabes perfeitamente do alto nível de sensibilidade da Mónica!
-Foi muito mau mesmo, mas a gente conversou e depois de vocês irem embora eu voltei a pedir desculpas pra ela e a gente agora já tá bem.
-Ainda bem, senão acredita que não paravas de me ouvir até estarem bem!
-Ainda bem que a gente já tá bem, então! - ri. Pouco depois seguimos caminho até aos balneários pra nos equiparmos e começarmos o treino.
Durante o treino me surgiu a ideia de fazer uma surpresa à minha menina, principalmente por ainda sentir um incômodo dentro de mim pela situação da noite anterior, pelo que decidi que iriamos jantar fora. Me despachei mais rápido que o habitual, apanhando o novo ritmo do Rúben se despachar agora, porque obviamente queria ir ter com a Filipa.
-O que é que estás a preparar, para já estares despachado? - me perguntou o Rúben, com um sorriso jocoso;
-Vou fazer uma surpresa à Mónica e levar ela a jantar fora!
-Ai que romântico que eu estou! - riu. - Mas fazes bem, puto. E também é uma cena para te redimires do que aconteceu ontem, ou não é?
-É - confirmei, sabendo que seria impossível negar, de tão bem que ele já me conhecia. Chegamos junto das meninas instantes depois, e eu me abracei logo à minha namorada, a deixando com um sorriso aberto após a brindar com um beijo.
-Ai que querido! - sorriu.
-Aproveita que depois do querido vem o mel a mais! - riu o Rúben, gozando com a gente, enquanto rodeava a cintura da Filipa.
-Oh Rú, não sejas desmancha-prazeres, ele é querido e nunca é demais! - falou a minha pequenina em meu auxilio, segurando a minha mão enquanto os quatro nos dirigíamos pró parque de estacionamento.

Visão Mónica

-E quando a gente chegar em casa você vai se por ainda mais linda porque a gente vai jantar fora! - anunciou ele, quando já estávamos perto de casa.
-Hmm, e deve-se a alguma coisa em especial, ou só porque sim? - quis saber.
-Porque eu te amo, porque você é linda e eu te amo, porque eu quero fazer você feliz e te amor, porque você é a mulher da minha vida e eu te amo...
-Está bem, está bem, já percebi! - impedi-o de continuar, sabendo que por ele ficava ali uma data de horas. - E eu também te amo! - retorqui, dando-lhe um beijo no rosto, pois ele estava a conduzir.
-Só isso?
-Só isso? Como assim? - não percebi.
-Só esse beijinho? Foi fraquinho!
-Fraquinha é a tua tia, está bem? Estás a conduzir!
-Mas esse beijo foi fraco! - voltou a dizer, quando parou num sinal vermelho. - E agora você pode aproveitar e fazer direito.
-Estás muito esquisitinho, tu! - reclamei.
-Eu tou exigente, não esquisito, viu?
-Ai é? Vê lá... - ia começar a reclamar novamente, não num tom chateado, mas no nosso tom de implicância, porém ele impediu-me, tapando as palavras com os seus lábios.

No entanto, quando ia começar a dar-lhe a exigência que ele pedira fomos interrompidos por uma buzinadela, o que me fez dar um pequeno salto de sobressalto, por isso e pelo facto de ele se ter afastado de mim tão rapidamente. - Vês como é que a tua exigência te trata? - ri.
-Do que é que você tá falando? - fingiu-se desentendido, voltando a por o carro a andar.
-Da buzinadela! Decidiste que querias ser exigente e depois olha!
-Nem escutei!
-Ai não? Então porque é que te afastaste de mim tão rápido? - sorri, esperando a sua nova contraposição.
-Porque percebi que o sinal tinha aberto!
-Ah, sim, pois claro... - ri, enquanto ele tentava manter uma postura indiferente, porém a vontade de rir era evidente.

-Pode demorar o tempo que quiser! Quero ver você linda! - sorriu-me, tirando uma camisa do armário. Estávamos ambos de roupa interior, após um duche rápido.
-Ai que lindo, vais de camisa! - observei, sorrindo-lhe também.
-Chegar ao nível da sua beleza não é fácil, tá? Tenho que me aprontar direitinho!
-Ui, a minha beleza é estonteante, sabes? - ironizei, exibindo um sorriso do mesmo modo.
-Você é linda, viu? - segurou as minhas mãos.
-Hm... - murmurei, não dando tanta concordância às suas palavras, enquanto separei vagarosamente as nossas mãos, dirigindo-me agora eu ao armário.
-Ainda pra mais assim - disse, percorrendo o meu corpo com um caloroso olhar.
-Olha quem fala! Já te viste ao espelho assim? - frisei, passando demoradamente o meu olhar pelo seu definido e esbelto corpo.
-Observar um corpo assim, só o seu, e não tou querendo ver mais nenhum! - sorriu, observando-me novamente de alto a baixo.
-É melhor quereres, pelo menos o teu, senão essa perfeição toda começa a ficar menos bonita - brinquei, com um leve sorriso no rosto.
-Você não deixa isso acontecer...
-O teu trabalho não dá muito desconto nisso! - corrigi.
-E você também. Ou você pensa que esse trabalho todo que você me dá debaixo dos lençóis não ajuda? - contrapôs, sorrindo e puxando-me de encontro ao seu peito.
-Ai, pronto, tinha de vir! - sorri, revirando os olhos. - Vá, vamos mas é vestir-nos, porque fome é coisa que não me falta! - Ele gargalhou, separando-nos em seguida. Eu voltei então ao armário e fui rápida a decidir o que vestir, optei por algo simples, calçando-me logo em seguida. Acabei de pentear-me e a campainha tocou.

-Amor, cê se importa de ir abrir? Eu tou terminando de me vestir - pediu, após terminar de se calçar, levantando-se para apertar o cinto das calças.
-E depois nós é que demoramos horas, não é menino? - ri, saindo em seguida do quarto até ao andar inferior para abrir a porta.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Capitulo 34 (parte IV)

Buenas noches, meninas!
Como é hábito, peço muitas muitas desculpas por não postar há imenso tempo, mas de facto não consegui antes! Está realmente pequenino, mas foi o que vos consegui, espero que gostem de qualquer forma, e espero os vossos comentários!
Besitos <3

Visão Rúben

Sinceramente, ainda parecia que estava num sonho. Sentia-me tão feliz que às vezes duvidava se de facto estava a vivenciar aquilo. Sabia bem voltar a sentir-me assim.
Depois de levar a Filipa ao Estádio, segui, finalmente, com destino à minha casa. Já quase parecia uma casa fantasma. Mal lá punha os pés e a minha mãe já há alguns dias que também não lá ia. Desta vez a estadia não se prolongou muito mais. Fiz as coisas mais vagarosamente, mas depois de pronto e de ter arranjado o saco de treinos, fui até ao salão da minha mãe, um tempinho antes de seguir para o treino, que seria no Estádio, a pedido especial do Mister, que teria uns compromissos lá logo após o nosso treino terminar.
-Boa tarde! - sorri, ao entrar no salão.
-Olá filhote! - sorriu-me a minha mãe, indo ao meu encontro e aconchegando-me com um abraço e dois beijinhos. - Decidiste aparecer finalmente? - disse-me, mais num tom de desdém jocoso do que propriamente aborrecido.
-Decidi pois! Não estou aqui? - sorri-lhe.
-Lisboa não te larga, agora!
-Sou mais eu que não quero largar Lisboa, mãe!
-Então porquê? Seduziste um sinal de trânsito ao pé do Estádio, foi?
-Aí, oh mãe, é o Mauro que te anda a ensinar essas piadas foleiras, não é?
-O teu irmão vem ver-me mais que tu, mesmo que não seja muito mais vezes, queres que seja quem a ensinar-me essas piadas?
-Oh mãe, mas piadas assim não! Se quiseres algumas decentes ligas-me, está bem?
-Está bem, está bem! - riu. - Bem, mas ontem ele trouxe cá a namorada! É tão querida, ela!
-É a irmã do Rodrigo, mãe.
-Ai é ela?
-É.
-É um amor de miúda!
-Lá isso é verdade!
-Então e tu?
-Eu o quê?
-Como é que vão as coisas com a Andreia? Nunca mais me falaste nela.
-Falamos disso noutra altura, está bem, mãe? - pedi-lhe, com cara de poucos amigos, mas mantendo um tom suave.
-Pela tua cara as coisas não devem andar famosas...
-Já não anda nada, mãe, nós acabámos.
-Mas então vocês... - vi que entrara uma cliente e tentei descartar-me da conversa. Sabia-me bem falar com a minha mãe, mas agora só queria saborear a felicidade a que havia sido premiado.
-Chegou uma cliente, mãe. Depois falamos, beijinhos - despedi-me rapidamente, dando-lhe um beijo na testa. Assim que entrei no carro conduzi com destino imediato ao Estádio da Luz.
Como cheguei um bocado antes da hora tentei ir dar um beijo à minha namorada, mas ela estava a fazer uma visita guiada a um grupo de turistas e nem a pequenina consegui ver, visto que também a tinham orientado para qualquer coisa. Não me restou mais senão ficar no bar até a hora devida chegar.
-Oi, Rúben! - cumprimentou-me o Rodrigo ao chegar perto de mim.
-Então puto!
-Chegou mais cedo? - perguntou, sentando-se à mesa comigo.
-Cheguei. Passei pelo salão da minha mãe para estar um bocadinho com ela, mas ela acabou por falar na Andreia e eu decidi vir mais cedo para não ter de falar-lhe das coisas agora. Ainda por cima agora estou tão bem outra vez!
-É, outra hora você conta pra sua mãe, então!
-Então e oh menino, esse sorriso tem motivo especial para além do óbvio? É que pronto, parece-me que está maior, e não te larga! - fiz notar, finalizando o tema anterior e seguindo com certeza um muito mais interessante.
-Vai jantar lá em casa hoje e você descobre!
-Tanto mistério! Não me digas que vou ser tio!
-Você também? Não, não vai!
-Eu também? Como assim?
-A minha irmã também pensou a mesma coisa!
-Ah. Mas olha que se vocês não tivessem cuidado acredita que a prática que vocês evidenciam tantas vezes, a esta hora já vinha um puto a caminho!
-Cheios de pressa vocês, hein? Já que é assim podem fazer vocês os vossos!
-Uii, pronto, pronto! Mas então pronto, tenho jantar garantido hoje, não é?
-Tem e o seu irmão vai jantar lá também.
-Esse também não me liga nenhuma desde que anda com a menina Mariana.
-Preferia que ele enchesse o seu saco a toda hora?
-Não!
-Então para de reclamar! E você agora também tem bastante atenção, ou não chega?
-Claro que chega! Com ela eu nem vejo o tempo passar.
-E ainda fala de mim. Olha pra essa cara de bobo!
-Olha-me este, deves andar com falta de uns golpezinhos aqui do mano! - rimos os dois. - Bem, está na hora! Vamos lá para o treino! - Levantamo-nos e seguimos com rumo aos balneários.

Visão Filipa

Quando terminei a visita disseram-me que o Rúben tinha lá ido para me ver e ver a Mónica. Fiquei um bocadinho triste porque queria ter estado um bocadinho triste porque queria ter estado um bocadinho com ele, nem que fosse só para lhe dar um beijinho e ver aquele sorriso lindo. Chegaram as 19.00h e nós duas ficamos a fazer tempo até o Rúben e o Rodrigo saírem do treino. Assim que o vi desmanchei-me num enorme sorriso. Era tão bom estar com ele, só o seu sorriso já me fazia bem.
-Olá princesa - cumprimentou-me, com um sorriso meigo dando-me um beijo igualmente doce.

-Oi! - cumprimentou-me também o Rodrigo, após beijar a Mónica.
-Olá - sorri de volta.
-Olha hoje vim tentar ver-vos antes do treino, mas ao que me constou, as meninas estavam muito ocupadas!
-Já sabemos Rú, foste um querido, não tiveste foi muita sorte! - disse-lhe a Mónica.
-Prá próxima eu que vou lá e encontro vocês! - disse o Rodrigo, já num tom para, possivelmente, iniciar o despique já tão habitual entre ele e o Rúben.
-Deves pensar que lá porque és o brasileirinho querido aqui da pequenina, que toda a gente faz o que pedes!
-Meninos, vocês são os dois lindos, agora parem lá e vamos para casa que estou a ficar com fome! - interveio a Mónica.
-Tá bom gente, vamo que hoje é a Mariana que faz o jantar e ela vai ficar brava se a gente chegar tarde!
Segui com o Rúben para o carro dele e o Rodrigo e a Mónica para o carro dele e rumamos para a casa deles, onde a Mariana provavelmente já nos esperaria.

Visão Rodrigo

Seguimos todos para minha casa, quer dizer, minha e da minha princesa, e o carro do Mauro já tava lá quando chegámos.
-Gente, têm cinco segundos pra compor tudo o que tiver descomposto, que vem um batalhão de gente entrando a porta! - falei pra dentro de casa, brincando.
-Deixa de ser bobo, Rodrigo! Aqui não tá nada descomposto! - respondeu a minha irmã, assim que a gente passou a porta.
-É melhor que não! Não me apetece ver o lingrinhas do meu irmão em cuecas! - zoou o Rúben, assim que a gente entrou na sala, onde o Mauro e a minha irmã estavam.
-Lingrinhas?! E não tens muito que falar, lá em casa da mãe, todos os dias de manhã era eu que te via em cuecas!
-Ainda te queixas? Ao menos vias alguma coisa bonita, e um bocado de músculo, que bem te falta!
-Meninos, vamos parar de discutir o físico de cada um e quem é que via quem em cuecas? Vocês são os dois uns queridos, e se há alguém que tem de opinar sobre os vossos físicos são as vossas namoradas, que por ora me parecem satisfeitas, não? - interveio a Mónica.
-Isso gente, deu pra rir dessa conversa, mas a gente veio aqui pra jantar!
-Apoiado! - se manifestou logo o Rúben. - Mariana, onde é que está o jantar?
-Tá no forno pra ficar quentinho.
-Então vamos comer! - meio que exigiu.o Rúben. Todo mundo riu, mas seguimos ele prá mesa.

-Então e essa novidade, pequenina, vem ou não vem? - quis saber o Rúben.
-É, eu tou muito curiosa, também - apelou a Mariana.
-Está bem, pronto! A novidade não é nada demais, aqui o teu irmão é que fez um festão enorme!
-Tá, mas diz logo! - pedinchou a minha irmã novamente.
-A novidade é só que vou deixar de procurar casa e vou ficar a viver aqui com o Rodrigo, definitivamente!
-Tanta coisa para declarar o óbvio, princesa? Eu aqui já com esperanças que ia ser tio!
-Eu já tinha falado que não era isso! - falei de imediato. - Quanta pressa, gente!
-Vais-me dizer que não queres ser pai? - falou o Mauro pra mim.
-Agora não quero! Ainda faltam alguns anos para isso acontecer!
-Como é que tens tanta certeza? - perguntou a Mónica, de repente. Um ar sério se abatera sobre o seu semblante.

-A gente tem sempre cuidado, amor - Ela não deu resposta alguma e a dureza do seu rosto se manteve. Aí entendi que o ambiente tava ficando pesado entre a gente, mas não percebi porquê exactamente.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Capitulo 34 (parte III)

Buenas noches, guapas!
Desculpem a imensa demora do capitulo, mas não consegui postar antes, e mesmo assim o capitulo não está muito grande, no entanto espero que gostemm e espero as vossas opiniões!
Besitos <3

Mónica

(visão Rodrigo)

-Terminou? - perguntei quando ela colocou a taça, já vazia, em cima da mesa de cabeceira e saindo de cima de mim.
-Hm-hm - sonorizou afirmativamente.
-Eu devia fazer o mesmo com você - disse, pegando os copos ainda com vinho e estendendo um pra ela.
-Mas não vais - soou convicta, convicção essa que me desafiou no mesmo instante e me fez inclinar o copo que estendia pra ela e derrubar o vinho pela sua pele.
-Pode não ser com chocolate...
-Fizeste de propósito, oh! - riu.
-Vou aproveitar esse acidente e fazer o mesmo que você fez comigo!
-Oh, mas...
você falou que o chocolate era como e quando você quisesse, então agora o vinho é como e quando eu quiser. Não reclama - terminei, colocando um pouco mais de seriedade sedutora no meu rosto, o que fez ela terminar sorrindo ao rendimento.
pronto, está bem - concordou, se deitando na cama, enquanto eu peguei a garrafa de vinho e me posicionei de joelhos entre as suas pernas. - Mas com cuidado, se faz favor, o vinho estava no gelo.
você não pensou em ter calma com o chocolate que tinha saído do lume - sorri.
-Já tinha arrefecido!
-Tá, e isso vai esquentar logo que tocar na sua pele! - sorri, iniciando o processo que ela tinha feito em mim, dessa vez com o vinho.

Visão Rúben

O jogo foi divertido, apesar de eu ter reclamado. Reclamar já é um hábito, mas é um hábito que faz toda a gente rir, por isso tornar-se-há num hábito eterno. Ficamos mais um bocado à conversa com o Rodrigo e com a Mónica e depois seguimos para casa da Filipa. Tentei obrigar-me a ir embora, a passar uma única noite que fosse daquela semana em minha casa, na minha cama, sozinho, mas não consegui. Só um mero e inocente sorriso da minha namorada já se tornava num convite irrecusável, mesmo que o sorriso se devesse a outra coisa qualquer.
-Tenho de ver se encontro qualquer coisa que ajude a controlar os desejos! - proclamei, após passar a soleira da porta da casa dela.
-Hã?
-Basicamente tenho de ver se resisto a ficar a dormir aqui!
-Ah, está bem... Mas por algum motivo em especial? - notei-lhe algo por detrás das palavras proferidas.
-Não, só que depois fico mal habituado e depois quem sofre a minha cama, de solidão! - acabei por brincar, tentando suavizar uma tensão que lhe senti, antes de abordar os seus nervos com um comentário intencional. - Mas estavas a pensar no quê?
-Em nada.
-Em alguma coisa pensaste, de certeza.
-Foi só que pronto, como tu falaste em controlar desejos...
-Sim...? - tentei encorajar.
-Oh, nada, esquece... - desviou o olhar, envergonhada.
-Pensaste que estava a falar acerca de desejos em relação a ti, não foi? - perguntei, mais retoricamente, notando-lhe um pouco mais de embaraço. - Esses eu só controlo até tu quereres. - E cada vez mais lhe notava o embaraço, mas continuei. - Sobre ti controlo o desejo muitas vezes ao dia, neste momento estou a fazê-lo, mas só vou fazer o contrário quando tu me disseres explicitamente que posso fazê-lo, entendes? - fui ao seu encontro e fi-la erguer a cabeça para que pudesse olhá-la.
-Podes - disse, quase num sussurro.
-Posso o quê? - fi-la dizer tudo.
-Podes descontrolar-te, porque sinceramente descontrolar a ânsia que sinto em relação a isso é uma das coisas que mais quero agora!
-Finalmente! - exasperei, puxando-a grotescamente contra o meu corpo e arrebatando-a com um beijo sequioso.


-Por alguma razão não consegui resistir a ficar aqui hoje! - sorri quando ela se deitou ao meu lado.
-E quais foram as razões dos outros dias? - sorriu também, encostando-se a mim.
-Não sei... Se calhar foi por ter esperança que este motivo chegasse! É que a partir de agora acho que este vai ser muitas vezes o motivo! - Ela gargalhou, o que me fez expandir o sorriso.
-Mas tu ainda tens casa para além da minha? - brincou.
-Estar lá ela está, mas tem andado assim um bocado para o desabitada!
-Tonto!
-Oh, eu gosto de dormir aqui contigo, por isso acho que enquanto tu não me expulsares vou continuar a ficar cá.
-Então se calhar podes começar a trazer as malas porque não vou expulsar-te!
-Para isso fazes tuas malas e vamos para minha casa!
-Olha, porquê?
-A minha é maior! E para além disso é mais perto do Caixa!
-E a minha é mais perto do Estádio!
-Não, mas vá, mais tarde falamos disso, quem se vai juntar primeiro a titulo oficial são o puto e a pequenina!
-Nisso tens razão! A Mónica ficou a um bocadinho de dizer que ia ficar lá definitivamente!
-Vais ver, amanhã já sabemos da noticia! E pronto depois dá para ver como é que corre, se correr mal não seguimos com a ideia avante!
-Todos os casais são diferentes! Tomara que com eles corra tudo muito bem,  mas imaginando que não corresse, não queria dizer que connosco fosse igual!
-Eu sei tonta, estava só a brincar! Mas pronto, antes de decidirmos alguma coisa temos de ver tudo muito bem para nada correr mal. Para além de que só começamos a namorar agora.
-Sim, claro.
-Não quero precipitar-me e depois perder tudo.
-Não vai acontecer. E com eles também não.
-Com eles não acontece que são muito lamechas!
-Oh, que parvo! - rimos os dois.

Visão Filipa

E acabou por correr tudo bem! Se tinha ânsias o Rúben tinha-as a duplicar, e apesar de me sentir um pouco envergonhada quando iniciamos uma conversa que nos levou directamente ao assunto, depois de lhe dizer o que queria, aconteceu tudo com naturalidade, mas sobretudo com calma e com uma verdadeira entrega. Acho que de certa forma já esperava que fosse mais ou menos assim, porque o Rúben sempre demonstrou genuinidade comigo, tal como eu com ele, e isso contribuiu para que tal genuinidade permanecesse neste momento. Depois de nos deitarmos para finalmente sucumbirmos ao sono, percebi que parecera uma adolescente. Não é que seja muito velha, mas aquele nervosismo, a ansiedade, a insegurança, fizeram-me sentir como tal. Acabei por adormecer perdida a pensar ainda sobre aquele momento.
O Rúben só tinha treino às 17.00h, por isso ficou comigo até à hora de almoço e depois de me levar ao Estádio, seguiu finalmente para a sua casa. A Mónica ia a chegar ao mesmo tempo que eu, por isso acenei brevemente ao Rodrigo e seguimos juntas. E qual de nós é que tinha o maior sorriso? Achei difícil eleger.
-Bom dia, Fizinha! - sorriu imensamente, dando-me um doce beijo no rosto.
-Bom dia! - retorqui com um enorme sorriso também, retribuindo-lhe o beijo.
-Estás com um sorriso... - comentou.
-Olha quem fala! - ri.
-Tenho novidades!
-Eu também!
-Oh meu Deus, a sério? Conta!
-Conta tu primeiro!
-Não, conta tu!
-Ai, deixa de ser chata e conta logo!
-E enquanto conto morro de curiosidade! - tentou ainda dissuadir-me.
-Cala-te e conta, vá!
-Está bem, pronto! Disse ao Rodrigo que vou parar de procurar casa e vou ficar lá em casa com ele, definitivamente!
-A sério? Que bom! Pensaste melhor como te disse, então!
-Sim, e bem, tens mesmo razão!
-Claro que sim! Estou tão contente!
-Também eu! Mas vá, agora tu, o que é que tinhas para me contar?
-Eu e o Rúben...
-Tu e o Rúben...?
-Nós dormimos juntos!
-Hã?
-Ai Mónica, estás um bocadinho lerda, não?
-Pois, desculpa lá, mas acho que sim! Então mas vocês não dormem juntos sempre que ele fica em tua casa?
-Sim, mas não é isso... Nós fizemos amor.
-Mas ainda não tinha acontecido? - perguntou, um pouco surpresa.
-Não.
-Se calhar eu é que estou a ser meio apressada, mas sei lá, como vocês têm sempre tanta cumplicidade, tanta química... Pensei que já tivesse acontecido. Mas pronto, foi bom? Como é que te sentiste?
-Foi muito bom! Ele é tão querido! Mas eu acho que já estava meio à espera, sei lá, é que só sempre fomos tão verdadeiros um com o outro, sempre demonstramos o carinho que sentíamos... Foi...
-Genuíno? - completou. Assenti afirmativamente. - Eu sei como é que é isso - sorriu, num tom perdidamente doce. Definitivamente, e sem quaisquer hipóteses de contra-argumentos, para ela, o Rodrigo seria ''para sempre''. E não tinha grandes dúvidas que com ele se desse o mesmo.
-Cuidado! - disse-lhe, de repente, libertando-a de alguma recordação.
-Com o quê? - perguntou, um bocadinho sobressaltada.
-Com a baba! - ri.
-Ai pá, estás mesmo a puxar ao chato do teu namorado! Vocês! - Eu gargalhei e ela riu também.
-Está bem, pronto, desculpa lá. Mas olha, agora lembrei-me de uma coisa!
-O quê?
-Porque é que me chamaste aquele nome à bocado?
-O Fizinha? Oh, é um diminutivo carinhoso, pode ser? E estou feliz!
-Está bem, mas Fizinha? - ri, tentando chateá-la mais um bocadinho. De facto, estava a puxar ao meu namorado.

Visão Rodrigo

De manhã acordei e imediatamente um sorriso enorme se formou no meus lábios. A felicidade incutida pela noticia da noite anterior ainda fazia efeito. Faria durante longas horas, de certeza. Era cedo mas dessa vez não tava fazendo muita diferença. Acordei à mesma hora que a Mónica pra nos prepararmos e eu poder levar ela na Faculdade. O sorriso dela era mais esplendoroso ainda que nos outros dias. Segui pra casa e fui dormir mais pouquinho, acordando com o meu telefone tocando.
-Bom dia, princesa! - atendi o telefonema da minha irmã. A minha voz ainda tava um pouco embargada com o sono, mas o tom bem-disposto se notava.
-Bom dia! Ai, me chamando de princesa assim? Que felicidade toda é essa?
-Nao sei se devia ser eu contando!
-Como assim?!
-A Mónica tem uma novidade! Mas talvez seja melhor ser ela falando!
-Tá me deixando curiosa! Eu ainda não cruzei com ela hoje!
-Quando cruzar pergunta pra ela!
-Ela não vai me dizer que tá grávida, vai?
-Para de tentar adivinhar!
-Ai mas me fala! Eu vou ser tia ou não?!
-Pra já não! - ri, recebendo o seu entusiasmo.
-Então o que é?
-Pergunta pra ela quando encontrar!
-Você tá sendo mau comigo!
-Não tou não! Mas me fala, porque você me ligou agora?
-Senti saudade, pode ser?
-Claro que pode! Eu também tou com saudade sua! O seu namorado anda te raptando muitas vezes!
-Até pode ser, mas olha, por mais que eu ame você e a sua namorada linda, eu acho que eu não tenho vocação pra servir de vela a vida inteira, maninho! De vez em quando tá, agora toda vez eu dispenso!
-Eu vou tentar te tirar esse papel mais vezes, então! - rimos. - Mas e ligou só por saudades?
-E pra falar que o Mauro vai jantar ai em casa hoje! Mas hoje eu fico, tá?
-Tá bom. Precisa que eu vá buscar alguma coisa pró jantar?
-Não, eu vou buscar o que eu preciso, hoje vou ser eu cozinhando!
-Se precisar de ajuda já sabe!
-Pode deixar! Bom, vou ter de desligar! Logo a gente se fala! Te amo, maninho!
-Também te amo, maninha! - Depois de ela desligar me levantei, fiz a cama e fui arrumar a sala.
Na hora de almoço peguei a Mónica na Faculdade e fomos almoçar em casa.
-Ainda não cruzou com a minha irmã hoje? - perguntei, quando a gente terminou de lavar a loiça.
-Não, hoje não tínhamos aulas juntas. Porquê?
-Porque ela me ligou hoje e como eu soei tão feliz acabei dizendo que você tem uma novidade! Ela tá morrendo de curiosidade!
-Tadinha, deixaste-a a sofrer!
-Logo você fala pra ela, o Mauro vem jantar cá em casa hoje.
-Está bem!
-Sabe qual foi a primeira coisa que ela pensou quando eu falei que você tinha uma novidade? - falei, enquanto íamos pegar nossas coisas na entrada pra sairmos pró meu carro e eu levar ela pró Estádio.
-Não.
-Ela pensou que você ia falar que tava grávida.
-Ah...
-Que cara é essa? - perguntei, notando uma expressão distante no seu rosto, após entrar também no carro.
-A minha, querias que fosse de quem?
-Deixa de ser boba? Você pareceu meio distante.
-Não é nada, só não estava à espera.
-Tá bom... - falei, não me dando muito por convencido, mas não tava querendo encher o saco dela. - Então e quando que você tá pensando oficializar a sua nova residência? - perguntei, mudando o assunto para algo que nos deixaria de sorriso no rosto. E foi o que aconteceu. Mal ela ouviu as minha palavras um sorriso lindo surgiu no seu rosto.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Capitulo 34 (parte II)

Buenas guapas!
Finalmente volto aqui! Peço muitas desculpas pela enorme demora de um novo capitulo, mas realmente não me foi, de todo, possível mimar-vos mais cedo como era minha intenção e como bem merecem! Mas bom, aqui vos deixo um novo capitulo, embora pequeno! Espero que gostem e espero os vossos comentários, niñas!

Besitos <3

Visão Filipa

A ideia da Mónica foi muito boa! E o facto de serem eles a ficar vendados renderia muito mais gargalhadas, coisa que vinha mesmo a calhar! Depois de os termos vendado enquanto eles permaneciam sentados em duas cadeiras no meio da sala, eu e a Mónica fomos até à cozinha preparar o que precisávamos e retornamos à sala.
-Preparados? - perguntou-lhes a Mónica.
-Claro que sim! - respondeu logo o Rúben, começando a surgir-lhe o entusiasmo. Peguei numa das taças, sem escolher, e levei-lhe a colher à boca.
-Abre a boca - indiquei-lhe.
-Mau! - resmoneou com uma careta e um sorriso parecendo receoso, acedendo à indicação. - Esta é fácil! - afirmou, depois de saborear o que lhe dera para a boca. - Mel!
-Certo! - sorri.
-Agora tu amor! - disse a Mónica ao Rodrigo, ao que ele acedeu de imediato.
-Isso é... aquela coisa que a gente coloca nos morangos, aquela coisa branca, parece espuma... - tentou ele.
-Tens de dizer o nome! - ri.
-Não tou conseguindo lembrar, é aquela...
-O nome! - desta vez a Mónica é que exigiu o nome.
-Termina em li eu acho...
-Tens de dizer o nome puto, tem de ser justo! - interveio logo o Rúben, rindo também.
-Mas não tá sendo então posha, eu não sei o nome direito!
-Vá meninas, dêem lá um desconto então! - pediu-no o Rúben.
-Primeira e última vez! - atalhou a Mónica.
-Uii, estás a ser mazinha para o teu zuquinha, então! - gozou o Rúben.
-Filipa, dá-lhe alguma coisa para a boca senão ele não se cala! - pediu-me a Mónica a rir.
-Está bem! - acedi, rindo e pegando em outra coisa rapidamente. Após já ter-lhe pegado é que vi o que é que era. Lutei contra o ataque de riso que me assolou ao ver o Rúben virar-se de lado num impulso de cuspir as grainhas que lhe estavam na boca, a Mónica, morta de riso já, apressou-se a dar-lhe um guardanapo.
-Vocês querem matar-me ou quê?! Pimenta, assim? - reclamou, tirando os vestígios da boca e bebendo água que a Mónica lhe dera. O Rodrigo desatou às gargalhadas. Após tudo mais calmo e o Rodrigo ter descoberto a canela que a Mónica lhe dera, e ele também quisera cuspir com uma cara cómica, regressamos ao Rúben.
-Então Rúzinho, preparado para a próxima, ou já não aguentas? - brincou a Mónica.
-Nasci pronto pequenina!
Foi impossível não cairmos no chão a rir a certa altura! Estavam os dois um pior que o outro e nós duas já chorávamos de tanto rir! Decidimos então dar o jogo por terminado, e ficamos a rir ainda mais um bom bocado a seguir, acabando depois por me despedir do Rodrigo e da Mónica e seguir com o Rúben para o carro dele. A noite estava deveras interessante, estava a ser produtiva no campo das ligações, e estava a saber-me tão bem. Depois de algum tempo meio afastada de algo assim eis que me aparecem as melhores pessoas que podia desejar. Primeiro, uma amiga, conselheira, aquela a quem passarei a chamar de irmã mesmo não se revelando tal facto no ponto de igualdade sanguínea. Depois, um amigo para todas as horas e quais queres ocasiões, e por tantas ocasiões, em diversas horas, mas sobretudo, tanta partilha do mais intimo, daquilo que faz chorar o coração sem marejar a vista, aquele em quem tornara a ver alguém para me acompanhar no futuro. Bem e depois, mas não menos importante, o namorado da melhor amiga/irmã do coração, que se torna importante também, e que se torna mais um amigo para guardar.
Tanta coisa para dizer que estou nervosa. Pronto, estou nervosa. Tanto sentimentalismo estava a fazer surgir as inevitáveis inseguranças que surgiriam a qualquer momento. Mas porquê hoje? Esperava conseguir controlar todas essas coisas para não estragar a agradabilidade que já se estendia esta noite.

Visão Mónica

-Boa ideia esse jantar, hein? - sorriu o Rodrigo após o Rúben e a Filipa terem ido embora.
-Sim! Apesar daquela noticia decepcionante, foi muito boa ideia amor!
-É, essa noticia... Mas pronto, a gente se divertiu, era o que a gente precisava!
-Sim! Aii e as caras do Rúben? Meu Deus, ele é demais!
-Eu não vi, mas só de ouvir ele reclamando e comentando dava vontade de rir!
-Tu também fizeste umas caras engraçadas! - ri.
-Deve ter sido! - riu também.
-Bem, vamos dormir?
-Dormir não, vamos deitar. Não tou com sono ainda.
-Hmm... - sorri.
Subimos para o quarto e fomos vestir os pijamas e lavar os dentes para por fim nos deitarmos. Abracei-me a ele, encostada no seu peito, enquanto ouvia calmamente as batidas do seu coração.
-Amor...
-Diz.
-Posso fazer uma pergunta pra você?
-Achas que tens de perguntar?
-Eu sei amor, mas é que é um tema delicado pra você...
-Deixa-me adivinhar, é sobre a noticia de há bocado, mais precisamente sobre a Andreia.
-Acertou - respondeu, exibindo cautela no tom de voz.
-Podes perguntar.
-Tem certeza? É que a noite foi boa e eu não quero você chorando...
-Pergunta.
-Tá bom... - pensou durante segundos. - O que é que você sentiu quando viu a noticia?
-Relativamente à noticia ou só à menção da Andreia?
-Dos dois, porque na verdade é dela e do seu ex melhor amigo.
-Em relação aos dois, não sei se foi uma reacção influenciada por tudo, mas só pensei que até estavam bem um com o outro. E em relação à Andreia, não vou dizer que não senti nadinha, porque por pouco que seja, senti alguma coisa, posso dizer com certeza que maioritariamente foi  a já habitual desilusão, mas acredita que cada vez menos me afecta ou me magoa.
-Então já conseguiu ultrapassar tudo o que aconteceu?
-Acho que só vou dizer que ultrapassei quando já não sentir rigorosamente nada em cada vez que se tocar no nome dela, mas agora já não fico em baixo por isso. Lá está, a desilusão e é óbvio que alguma tristeza, mas não o suficiente para estragar o meu dia, ou para me deixar a remoer.
-Mesmo?
-Sim.
-Fico tão feliz meu amor! - sorriu abertamente, enfatizando o estado de espírito citado.
-Eu sei amor. Eu sei que tu também sofreste este tempo todo. Eu não queria que isso tivesse acontecido, mas...
-Nem tenta discursar pra pedir desculpas! Eu não aceito desculpas nenhumas porque você não tem de pedir desculpa de nada! Dois em um, tá? Os seus problemas são os meus problemas, a sua dor é a minha assim como a sua felicidade também é a minha!
-Eu sei, mas podia ter evitado.
-Você não conseguia evitar nada, isso foi culpa dela, por ser orgulhosa e por revelar uma personalidade completamente diferente daquela que a gente conheceu e que a gente tanto gostava!
-Pois, mas se eu...
-Se você o quê? Se você tivesse ouvido e calado? Encher tudo ai dentro e sofrer ainda mais, sozinha? Não tinha necessidade e não era correcto! Você não fez nada errado, você só fez o que tinha de fazer e disse o que tinha de dizer. Ninguém pode culpar você de não ter tentado, se houve alguém que lutou e que tentou recuperar e manter a amizade foi você, ela que não soube dar valor pra você nem prá vossa amizade nunca!
-Não te revoltes, se faz favor! - acabei por rir. Tudo o que ele tinha dito encaixava na verdade, mas já não valia a pena remexer mais no assunto. Os assuntos estavam resolvidos, a ligação quebrada, com os colaterais de desilusão adquirida e mágoa infligida, mas que pouco a pouco se tornariam apenas em recordações menos boas.
-Não se preocupa que eu não vou causar nenhuma catástrofe! ´riu também. -Tenho de ir no banheiro. - disse, levantando-se da cama e indo à casa de banho. Demorou um pouco, e nesse tempo pensei seriamente ao ponto de tomar uma decisão.

Visão Rodrigo

Sai do banheiro e voltei pra junto da Mónica, que tinha sentado na cama.
-Cansada de tar deitada? - perguntei, me sentando do seu lado.
-Não. Tenho uma coisa para te dizer.
-Uii, tá me assustando!
-Não precisas, não e nada mau, ate acho que e o contrario!
-Diz logo, então, não me deixa aqui curioso!
-Lembro -Confirmei, sentindo o nervosismo no peito.
-Então pronto, eu vou parar de procurar casa, vou ficar a viver contigo!
-Tá falando sério? - perguntei, não tomando realmente aquilo como certo.
-Sim! - sorriu.
-Meu Deus, que bom! Obrigado! - sorri também, me atirando na sua direcção pra lhe dar um abraço bem apertado.


-Não me esmagues!
-Desculpa! - afrouxei o abraço. - Tá mesmo falando sério?
-Sim! Queres que repita mais quantas vezes para acreditares?
-Meu Deus, tou tão feliz! - beijei os seus lábios fugazmente. - Mas como que você mudou de ideia tão rápido assim?
-A conversa com a Filipa ajudou-me a definir melhor as ideias.
-Então você já tinha pensado em aceitar antes?
-Sim, e pronto, como já disse, já vivemos como se morássemos juntos, não vai fazer diferença.
-Que bom você decidiu isso, meu amor!
-Ela me sorriu docemente e eu tomei outro beijo dela -Vamos comemorar?
-Isto não é um grande acontecimento amor, se reparares nada vai mudar!
-Pra mim é importante, e todas essas pequenas coisas, assim como no futuro maiores virão, eu quero comemorar! Todos os detalhes que me fazem feliz como você merecem e têm que ser comemorados!
-Oh amor estas a ser um querido, mas também como é que vamos comemorar a esta hora?
-Vinho, chocolate e nós dois nessa cama ou onde você quiser. Tá bom assim?
-Agrada-me, mas há uma condição.
-Que condição? - perguntei, curioso, fixando o olhar nesse mesmo tom, no seu olhar fervoroso.
-O chocolate entra quando e como eu quiser.
-Humm... - apreciei aquela proposta, ou aquela imposição, melhor dizendo, me deixando seduzir pela incógnita, interiormente.
-Tá pensando concretizar mais alguma fantasia? - perguntei, morbidamente entusiasmado, mantendo porém esse entusiasmo na pergunta.
-Sim - respondeu prontamente, me abrindo mais o caminho sedutor com o seu olhar penetrante.
-Vamo lá então! - me levantei da cama, seguido por ela e descemos até a cozinha.
Enquanto eu fui pegar a garrafa de vinho do frigorífico e preparei o que precisava para depois mantê-lo frio do mesmo jeito, ela pegou em duas barras de chocolate e as derreteu. Decidi me concentrar nas minhas tarefas e deixar de olhar para o que ela estava fazendo, por que algumas ideias já estavam me surgindo e me deixando ainda mais entusiasmado. Após os dois terminar-mos tudo o que tínhamos a fazer, subimos com as coisas, de volta para o quarto. Depois de trancar a porta e desocupar as minhas mãos, fui até junto dela e a abracei, reclamando imediatamente o contacto dos meus lábios com a pele do seu pescoço. - Vinho agora ou depois? - perguntei, respirando propositadamente no seu pescoço.
-Agora e depois - respondeu, se virando de frente pra mim. Peguei então o vinho e coloquei em dois copos pra nós.
-Tá me matando com tanta sedução amor, e só tá me olhando!
-Ai é? - acenei que sim. - Bem então é melhor acalmares-te, amor.
-Vai fazer pior?
-Claro que sim.
-Como que você com essa alturinha pequena consegue me abalar tanto? - suspirei, retirando o copo da sua mão e pousando o dela e o meu junto da garrafa.
-Como já te disse várias vezes, as baixinhas fazem muita coisa que as outras não fazem - proferiu, prosseguindo com o mesmo olhar. - Vamos começar, então! - indagou, levando muito rápido as mãos à minha t-shirt e me obrigando, de modo reflexivo, a levantar os braços pra ela completar a ação iniciada.
-Agora é assim? - ri.
-Sim - sorriu, levando seguidamente as mãos às minhas calças pra me desnudar. Me deixou apenas de boxeres e me ordenou que deitasse na cama. Executei no segundo seguinte. A curiosidade e ansiosidade se abatiam estrondosamente sobre mim. Retirou o pijama e depois de pegar a taça com o chocolate derretido e a colher, se sentou sobre as minhas coxas.
-O que é que você tá pensando fazer? - perguntei, vendo ela remexer com a colher no conteúdo da taça. Ela apenas sorriu, elevando a colher com chocolate e a direccionando para o meu peito. - Isso vai me queimar, amor!
-Já arrefeceu, tonto! - sorriu, deixando então escorrer o chocolate da colher pra cair vagarosa e surpreendentemente, agradável, sobre o meu peito. Em seguida, baixou o rosto e com a língua retirou chocolate da minha pele, e foi retirando até o meu peito estar apenas pegajoso. Suspirei, arrepiado e seguidamente ela me deu um beijo nos lábios, deixando o sabor do chocolate impregnar a minha boca. Após deixar a minha boca ansiando aquele doce sabor, espalhou mais chocolate por todo meu corpo e voltou a repetir a sequência com a língua, sem voltar no entanto a adocicar a minha boca, Durante todo o processo me fez suspirar, surgindo consequentemente um sorriso no seu rosto.
-Terminou? - perguntei quando ela colocou a taça, já vazia, em cima da mesa de cabeceira e saindo de cima de mim.

sábado, 24 de maio de 2014

Capitulo 34 (parte I)

Buenas noches!
Bem, muito tempo depois, aqui está mais um capitulo! Não é muito grande, mas foi o que consegui! Espero que gostem e quero os vossos comentários, por favor!
Besitos <3
Mónica

Visão Mónica

-Já sabe da novidade? ´perguntou´me o Rodrigo, iniciando o caminho para casa.
-Claro!
-Que bom, né?
-É, espero é que desta vez dê tudo certo! O Rú tem tido uma sorte!
-É, e a Filipa é bem legal!
-Bem não, é muito!
-Tá adorando ela!
-Eu gosto muito dela, ela é como...
-Uma melhor amiga? - arriscou, sem no entanto descuidar um tom ainda meio zelador. Estava obviamente preocupado com as minhas feridas.
-Sabes que parece mais que isso? Parece mais uma irmã, mas o sentimento é completamente diferente do que com a minha irmã
-Isso é bom, então!
-Suponho que sim! E eu acho que ela também gosta de mim!
-Ah você ainda tem dúvidas? Se ela não gostasse, e não tou falando de gostar só um pouquinho, ela não teria te contado esse segredo deles!
-Achas?
-Duvida?
-Pois, se calhar tens razão.
-Vamo fazer melhor? Liga pró Rúben e diz pra eles seguirem pra nossa casa! Vamo jantar todos juntos e aproveita e fala com ela essas coisas que você tá sentindo!
-Grande ideia, amor! Obrigada! - tirei o meu telemóvel e liguei para o Rúben. Sabia que ele estava a conduzir, tinha ido buscar a Filipa, mas ele tinha sempre o cuidado de colocar o telemóvel no kit de mãos livres.
-Olá, olá pequenina! - atendeu, num tom alegre.
-Olá Rú!
-Então, que me queres oh feia? Mais dois minutos e tinhamo-nos encontrado!
-O que quero de ti é simples, oh feio! Retomas o caminho e vais até casa do Rodrigo, e a Filipa também vem! Vamos jantar os quatro e pôr uns assuntos em dia, se é que me entendes oh desnaturado!
-Essa do desnaturado não percebi, mas está bem, vou seguir até casa do teu brasileirinho!
-E não te preocupes que o teu irmão raptou a Mariana cá de casa!
-Esse também é outro! Qualquer dia marca uma reuni]ao familiar para dizer que vou ser tio, de tantas vezes que rapta a rapariga!
-Ai, então ele que tenha cuidado, olha que aqui o maninho é galo de primeira!
-O puto que não reclame! Para além de ser tio, o pai da criança é de uma família muito boa!
-Nada convencido na parte que lhe toca, Senhor Rúben!
-Realista minha menina!
-Ah sim, chama´lhe isso vá! Mas pronto, falamos melhor em casa! Até já, Rú!
Áté já, pequenina!
-Ele é capaz de ter razão! - comentou o Rodrigo, assim que terminei a chamada.
-Em relação a quê?
-Ao Mauro e à minha irmã!
-Ai, não sejas parvinho, a tua irmã é responsável e sabe o que faz! E o Mauro, mesmo sendo irmão do Rúben, também é!
-Mesmo sendo irmão do Rúben? Você tá muito querida pra ele, hein!
-Ele sabe que tem uma artéria doida!
-Quê? - gargalhou.
-Basicamente, doidice abunda-lhe no sangue!
-Todo mundo é um pouco assim!
-Sim, ms o Rúben é... é o Rúben, pronto!
Chegamos a casa e depois de nos pormos mais confortáveis fomos os dois para a cozinha para adiantar o jantar. Quando o mesmo estava quase terminado fui pôr a mesa e pouco depois tocaram à campainha.
-Boas noites! - cumprimentou o Rúben, seguido da Filipa, quando o Rodrigo lhes abriu a porta.
-Oi! - cumprimentou-os o meu namorado.
-Então, a chata da tua namorada? - perguntou-lhe o Rúben, entrando na sala.
-Estou aqui, oh parvo! - respondi, surgindo junto deles. Ele abriu os braços e eu abracei-me a ele.

-Como é que estás coisa feia?
-Ai Rú, tantos nomes feios pá!
-São nomes fofinhos!
-Oh, fofura!
-Tonta! - riu, soltando o abraço. - Então e o jantar, já está pronto?
-Cê chega aqui e só quer saber do jantar, nem quer saber como a gente tá nem nada!
-Então mas convidaste-me para quê? Não foi para jantar? Então é normal eu querer saber do jantar! E olha, eu perguntei à tua namorada como é que estava, por isso quis saber sim!
-Pra mim deu um tchau assim que eu abri a porta! - brincou também o Rodrigo.
-Já estou farto de ti hoje! - Aqueles dois não sabiam iniciar conversas que não acabassem com estas picardias e brincadeiras!
-Tá, eu não vou falar o mesmo que assim o mau fica você! - riu o Rodrigo.
-Vá, vamos jantar! - anunciei, ao que todos se direcionaram para a mesa. O jantar decorreu com conversa fiada, mas aquando de levantar a mesa o Rodrigo puxou o assunto do Rúben e da Filipa.
-Então e porque é que eu ainda não vi vocês se beijando? - brincou.
-Olha, porque não tens de ver! Nós vemo-vos, e não é poucas vezes, mas isso é porque vocês não se contêm! Nós sabemos fazê´lo!
-Ah tá, mas era giro a gente ver!
-Mas isso não se pede, se tiveres de ver vês!
-Tá bom, pronto! - riram.
-Bem Filipa, vens ajudar-me lá dentro com a loiça?
-Sim, claro! - Seguimos para a cozinha, enquanto eles os dois ficaram na sala.
-Gostaste do jantar?
-Sim, obrigada!
-Sempre que quiseres podes vir cá! Quer dizer, a casa não é minha, mas pronto, o Rodrigo é da mesma opinião!
-Não é mas é quase! Porque é que não desistes da ideia de arranjar uma casa e ficas aqui com ele de uma vez? É que querendo ou não, vocês já fazem vida de quem vive junto, enquanto cá estás.
-Pois, é verdade, mas... Tenho medo que alguma coisa saia errada!
-Se tivesse de sair não achas que já tinha saído? Já estás aqui há um mês e pouco!
-Pois...
-Pensa sobre isso e vais ver que tenho razão! - Começamos a lavar a loiça em tom silencioso, mas quebrei o mesmo.
-Acho que estou um bocadinho nervosa, mas pronto, queria dizer-te uma coisa!
-Nervosa porquê? Diz!
-Só queria dizer-te que... a nossa amizade é muito importante para mim, e gosto muito de ti!
-Ohh, que querida! Eu sinto exatamente o mesmo! Para mim não és só mais uma amiga, és uma confidente, quase como uma irmã... Desculpa se parece exagerando, mas é o que sinto. És a irmã que nunca  tive! - O meu, enorme, sentimentalismo ergueu-se altíssimo e fez-me derramar duas lágrimas. Não de tristeza ou algo negativo, mas de felicidade, de conforto, de conexão quente que me enchia por completo o coração. Corria o risco de abrir e criar novas feridas? Durante toda a vida estamos sujeitos a tal feito, mas não tem de ser por receio, por medo que vamos afugentar cada pontinha de luz que nos surja no momento! Segundos de luz, amor, felicidade, valem muitíssimo mais do que uma vida de escuridão, solidão e tristeza, porque os segundos de luz deixam lembranças boas e vinculam a esperança, enquanto a escuridão trás apenas mais de si, fria e escura. Por isso, arriscaria novamente doar-me a uma amizade.
-Aii, só não te dou um abraço agora porque tenho as cheias de espuma! - disse-lhe, realmente com vontade de lhe dar um enorme abraço. Ela riu e dois pratos depois terminamos de a loiça. Depois de tudo limpo, finalmente fui dar-lhe o abraço.

-É assim tão emocionante ter-te dito que te adoro? - perguntou, inocentemente, porém com uma ponta de curiosidade.
-Mais ou menos... - desfizemos o abraço. - É muito importante saber, mas é que, mesmo sem eu querer, tocou-me porque também me lembrei do autêntico desastre em que fiquei depois de descobrir que uma amizade que eu considerava das mais importantes, para essa pessoa tinha simplesmente sido nada...
-Se quiseres conversar... - ofereceu. - Mas uma coisa te garanto, podemos não conhecer-nos assim há tanto tempo, mas juro que és mesmo importante para mim!
-Sinceramente, acho que não estou a cometer o mesmo erro, por isso... Estava a referir-me à minha ex melhor amiga, a ex namorada do Rúben... - E comecei a contar-lhe tudo o que alguma vez me relacionara à Andreia.
-Mas vocês fugiram e voltaram agora, ou ficaram mesmo este tempão todo aqui? - perguntou o Rúben, chegando à cozinha com o Rodrigo.
-Estamos aqui há tanto tempo assim? - perguntei.
-Vai quase fazer uma hora! - esclareceu-me o Rodrigo.
-Tanto tempo? - inquiriu a Filipa, tão surpresa como eu.
-A conversa estava boa, pelos vistos... - meteu-se o Rúben, num tom de ciúme-gozo.
-Rúzinho, ciumeira não. Primeiro, tu não és disso, e depois, a conversa não era sobre meninos, era sobre nós duas! - disse eu.
-Quem disse que estou com ciúmes? Eu sei que assunto mais interessante que eu não há, e depois, acredito que estivessem mesmo a falar de vocês, acho que havia uma conversa assim desse género pendente!
-Porquê? - tentei entender.
-Porque a Filipa falava imenso de vocês e de quão importante tu e a vossa amizade são!
-Ohh, que querida! - sorri, abraçando a Filipa fugazmente.
-Bem, não sou desmancha-prazeres, nem desmancha-climas nem nada dessas coisas, mas eu gostava de vos resgatar para junto de nós, lá dentro na sala, no quentinho! - disse o Rúben.
-Vamos lá, então! - Seguimos todos para a sala e enquanto eu me sentei encostada ao Rodrigo, envolta nos seus braços, o Rúben aconchegou a Filipa também nos seus braços. Troquei um breve olhar com o Rodrigo, que partilhava da mesma alegria que eu. Ver o Rúben assim, bem-disposto de novo, com o sorriso fácil de sempre, enorme, contagiante, ter o nosso Rú de volta, feliz, sabia tão, mas tão bem!
-Oh, agora a sério, vocês ficam tão queridos juntos! - não resisti a comentar. Ele gargalhou.
-Obrigado pequenina! - sorriu-me carinhosamente. - Aliás, obrigado aos dois! - disse, após segundos de um suspiro. - Obrigado por estarem sempre aqui, por me apoiarem quando estou bem e sobretudo quando estou mal, por me darem amor incondicional, mesmo que às vezes pareça que vem às pancadas!
-Ohh Rú, que querido! Isso foram os teus votos? Onde é que está o padre para nos casar a todos? - decidi brincar, caso contrário ele prosseguiria com a conversa e eu ia acabar por chorar.
-Vês, é por isso que és a minha maninha! Sangue diferente mas parvoíce igual! - gargalhou ele. - Mas a sério, obrigado mesmo!
-Rú eu estava a gozar para te impedir de continuar o discurso e me fazeres chorar, mas isso do padre para nos dar a benção eterna não é preciso, porque já nos juntamos, agora ninguém nos separa, percebes?
-Eh pá, Rodrigo, posso saltar para cima da tua namorada?!
-Podes o quê?! - gargalhei. Ele nem chegou a responder, quando dei conta já ele me abraçava com muita força.

-Amo-te minha pequenina! - disse-me enquanto suavizava um pouco mais a força do abraço.
-Oh, também te amo Rú! - retorqui num mesmo tom sentimentalista.
-Agora fala pra mim que me ama que também tou sentindo saudade! - brincou o Rodrigo, assim que desfizemos o abraço.
-Ai pronto, ciúmes do melhor amigo? - ri, indo agora abraçar o meu namorado. - Amo-te oh tonto! Até parece que precisas que to diga!
-De vez em quando fico carente! - brincou.
-Ai que o menino está carente! Também queres que te diga que te amo? - gozou o Rúben, juntando-se a nós muito rapidamente e abraçando-nos. - Amo-te puto, sabes que sim! - disse ao meu namorado. Depois soltou o abraço. - E pronto, antes que isto pareça demasiado gay, amor, anda cá se não quem se atira a mim é ele! - puxou a Filipa e abraçou-a.

Visão Rúben

-Descansa que cair em cima só da minha namorada, tá? - respondeu-me o Rodrigo.
-Ah, pronto, assim já fico mais descansado! Mas livra-te de contar a alguém o que aconteceu! - tornei a meter-me com ele. Ficávamos assim horas se fosse preciso, mas não nos cansávamos, porque para além do evidente, que era rir e fazer rir o tempo todo, parecendo que não, no fundo, estas pequenas coisas também nos aproximavam, e era algo que me deixava feliz.
-Tá com medo de alguma coisa, é? - riu ele.
-Eu não! - E foi aqui então que a risada voltou a ser geral. Acabamos por nos sentar novamente na sala, e enquanto eu, o Rodrigo e a Filipa nos concentramos na televisão, que sinceramente nem tinha nada de interessante, a Mónica estava focada no computador.
-Oh meu Deus... - ouvimos a Mónica suspirar num tom surpreso.
-Que é que foi amor? - perguntou logo o Rodrigo, estendendo o olhar para o computador que ela tinha no colo. E em vez de falar a sua cara denunciou que não soava a algo bom.
-Que caras são essas? É assim tão mau o que viram ai? - perguntei logo, pois a curiosidade claro que se abateu sobre mim.
-Agora também fiquei curiosa! - apoiou a minha namorada.
-Não sei se você vai querer ver Rúben...
-Porquê, é alguém a difamar-me? Não ligo a isso, já sabes!
-Não é isso, Rúben... - quase sussurrou a Mónica.
-Bem, vocês estão a assustar-me! O que é que é isso, afinal? - levantei-me e fui até junto deles para ver o que tanto os indignava. De facto, agradável não era de ver, mas não me afetava. No entanto, apesar de o sentimentalismo não ser afetado, uma réstia de desilusão assolou-me. Pensar na pessoa que um dia julguei a minha melhor amiga e confidente, e alguém a quem entreguei tudo de mim, alguém que me enchia de orgulho, e ver que agora parecia uma estranha conhecida, que enveredava por más escolhas e desintegrava a imagem decente que alguém tivesse dela. O que tanto especulara no ecrã do computador era uma noticia na imprensa, que dava a conhecer a nova namorada de um ator. Bem e esse ator era precisamente quem ela tanto mal disse, o ex melhor amigo da Mónica. Aquele que originou tanta confusão na vida da minha pequenina e do meu puto, aquele que de certa forma me fez ferir os sentimentos da Mónica. Para além de ridículo, deixava a desilusão.
-Estás bem Rú? - perguntou-me a Mónica.
-Claro que sim.
-Tem certeza Rúben? - preocupou-se o Rodrigo.
-Tenho. - A Filipa também olhou para mim, espectante. - Eu estou bem, a sério. Só me faz confusão como é que ela falou tanto mal dele e agora estão juntos.
-E diz aqui que antes ela andou a sair com o Michael... - acrescentou a Mónica
-Ainda pior. Se não tivesse acontecido nada acho que não acreditava que essa é a Andreia
-Mas já chega, né gente? Vamo deixar esse assunto! - disse rapidamente o Rodrigo, notando-lhe uma necessidade de zelo tanto por mim como pela namorada. Parecendo que não, o estado em que a Mónica tinha ficado depois da situação com a Andreia tinha despertado mais ainda o sentido de proteção que aquele rapaz por si já tinha.
-Não te preocupes puto, esse assunto não é bem vindo, por isso vamos lá fazer alguma coisa todos para nos divertirmos que é para isso que aqui estamos! - sugeri entusiasticamente. E era verdade. Estava feliz e apesar de não me arrepender do que vivi com a aquela rapariga que agora denominava desconhecida, queria apenas aproveitar a felicidade que finalmente me concederam e que esperava que durasse o mais tempo possível.
-É isso ai gente, vamo animar isso aqui!
-O que é que tens para fazermos? - perguntei ao Rodrigo.
-Isso é que tá mais complicado...
-Posso sugerir alguma coisa, ou estão a pensar em alguma coisa brilhante já? - perguntou a Mónica.
-Fala amor!
-Então, não sei se vão achar piada, mas acho que nos ia divertir, e é uma coisa diferente!
-Suspense? Diz logo! - pedi curioso.
-Conhecem o jogo dos sentidos?
-Uiii... - suspirei.
-Que jogo é esse? - perguntou o Rodrigo.
-Basicamente vendam-te e tens de tentar identificar o que te derem, através dos sentidos! - esclareceu-o rapidamente a Filipa.
-Também achas boa ideia? - perguntei-lhe.
-É giro, e é uma coisa diferente!
-Por mim acho que não tem problema! - concordou o Rodrigo.
-E é para nos divertirmos, não é? Então vamos lá a isso!
-Ótimo! Vocês podem ficar sentados que eu e a Filipa vamos preparar as coisas!
-Ai nós é que vamos ser vendados?!
-Claro Rú! - gargalhou a Mónica.