quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Capitulo 7




 
VISÃO ANDREIA


Subimos para o andar de cima e fomos até ao quarto do Rúben. Ele pegou no telemóvel, colocado de baixo da almofada, provavelmente para abafar o toque de chamada que se fartava de tocar.
-Vê isto – pediu-me o Rúben.

De: Inês
       Três dias é muito para mim. E para ti também deve ser
      suficiente, pelo menos para arranjares alguém mais
     interessante que eu e que não te chateie tanto… E
    sinceramente, ainda não percebi porque é que continuamos a
    discutir este assunto de tu ires ou não embora.
   Não foste tu que disseste que estavas cansado dele? Mas bom,
   se soubesses o que é melhor para ti escolherias ir… Não sei se
  aguento três dias. Estou cheia de saudades! Beijinhos.

-Isso é a resposta à mensagem que lhe mandei ontem à noite. É a que está antes. – informou-me para que fosse lê-la também.

Para: Inês
         Olá Inês. Olha, daqui a 3 dias volto para Portugal, por isso,  
        por favor, pára de me ligar. Prometo que quando eu aí 
       chegar  combinamos alguma coisa. Precisamos de conversar.
       Beijos

Acabei de ler e devolvi-lhe o telemóvel.
-Rúben, desculpa lá dizer isto, mas ela é estúpida, é burra ou é o quê? – Ele deu uma gargalhada.
-É complicada.
-E desconversa.
-E é insegura.
-E eu não devia estar a opinar. Afinal ela é a tua namorada e eu não a conheço, mas que lê uma coisa dessas, uma resposta estúpida a uma mensagem simples, o que é que vai pensar?
-Tens razão. Ela está a complicar tanto isto! Já não sei o que hei-de fazer!
-Acho que a única coisa que te consigo dizer é para seguires o que sentes. Acho que só o teu coração te pode dar a resposta. Às vezes a razão não tem palavras suficientes para te responder tão certeiramente como ele. – Ele ficou a olhar para mim, com cara espantada e um pequeno sorriso.
-Estamos inspirados, hã? Quem é a tua inspiração?
-A inspiração não se tem, a inspiração ganha-se.
-É pá, Londres está a fazer-te bem! – sorriu.
-Portugal faz melhor.
-O quê?
-Portugal faz-me melhor. Tem as pessoas que amo e tem o clube do meu coração. – Ele ficou a olhar-me com um enorme sorriso na cara.
-Grande orgulho – comentou.
-O que é nacional é bom.
-Ok, desarmaste-me! Os argumentos foram-se! – riu ele, levantando as mãos em sinal de rendição. Eu ri também.
-Bom, vamos lá para baixo?
-Claro! Estou a morrer de fome!
Desatámos a rir e saímos do quarto em direcção às escadas.


VISÃO MÓNICA


Depois de tomarmos todo o pequeno-almoço o David e o Rúben foram levar-nos a casa. À tarde, eu e a Andy vimos o treino do Benfica no BenficaTV, treino esse a que o Rúben não foi, pois estava lesionado, e por isso tinha decidido vir recuperar para junto do David. À noite recebi uma mensagem do Zach, a dizer que dali a 20 minutos queria ouvir a minha voz. Estava a acabar de lavar os dentes quando a Andy me disse que o meu telemóvel estava a tocar. Despachei-me e fui atendê-lo.
-Hey! – cumprimentei.
-Hey, angel! How are you? – respondeu-me o Zach.
-Fine, fine. And you?
-It’s everything fine. Hey, ahm, I called ‘cause I wanted to invite you to lunch with me tomorrow. What do you say?
-I say yes. But it has just to be the lunch. Then I have something to do with Andy, okay?
-Yeah, ‘course. I just need to be with you, even if it’s just an hour. – Eu ri.
-Okay. So, what time, where?
-I’ll catch you at home, at 11.30 a.m., can be?
-Hm, yeah, it’s fine.
-Great. Well, I just called to invite you, ‘cause I really need to go sleep…
-Yeah, I’ve already noticed in your voice.
-Sorry angel, but the sets and all…
-It’s okay, Zach. I get it. We talk tomorrow. I’m going to sleep too.
-Okay. See you tomorrow, then. Bye, angel.
-Bye Zach. – Desliguei e coloquei o telemóvel na mesa-de-cabeceira.
-Então, planos para amanhã? – perguntou-me a Andy, enquanto eu desviava os lençóis da minha cama para me deitar.
-Vou almoçar com o Zach. Mas venho logo a seguir para ir contigo e com o David levar o Rúben ao aeroporto.
-Está bem. Diverte-te.
-Pff… - ri. Ela riu também e deitou-se na sua cama.
-Bem, até amanhã. – disse ela.
-Até amanhã.
Levantei-me e a Andy já estava vestida.
-Bom dia – disse eu.
-Bom dia.
-Já estás vestida? – perguntei, sentando-me.
-Já. Daqui a nada vou ter a casa do David, com ele e com o Rúben. Vamos almoçar lá. Tu vais almoçar com o Zach, senão vinhas também.
-Hm. Ficaste muito amiga do Rúben. Quer dizer, não há mal nenhum, só que foi super rápido, e como tu estavas sempre super relutante quando se falava nele.
-Oh, olha, se fiquei assim tão amiga do Rúben a culpa é tua e do David. A vossa ideiazinha ontem…
-Vossa?! Do David! Se queres reclamar com alguém é com ele.
-E tu não podias ter ido abrir a porta?
-Eu fui, só que vocês já lá não estavam.
-Oh, está bem. Bem, eu vou-me embora. Bom almoço.
-Obrigada, e para vocês também. E olha, não se esqueçam de mim! Eu também vou com vocês levar o Rúben!
-Sim, mas vais ter a casa do David ou ao aeroporto?
-A casa do David. Quer dizer, pode ser não pode?
-Estás a perguntar-me a mim? A casa não é minha.
-Está bem, então eu mando uma mensagem ao David a perguntar.
-Está bem. Bem, até logo! – disse ela saindo a porta do quarto.
-Até logo! E não se esqueçam de mim, hã!
-Sim! – ela ainda respondeu.
Depois de tomar banho, de me vestir e tomar o pequeno almoço fui ver os meus e-mails e fiquei um pouco no computador. Depois desliguei-o para me sentar na cama a ler, mas o meu telemóvel tocou. Era o Zach.
-Hi! – cumprimentei.
-Hey1 What are you doing?
-I was going to read a little. Why?
-Can I catch you at 11.00 a.m.?
-Ah, yeah, okay. But there’s something wrong?
-No, no. I just want to be with you more time.
-Oh, oh, okay then.
-Okay. Well, I’ll be there. Bye.
-Bye Zach.
Eram dez e meia, por isso tinha meia hora até ele me vir buscar, então decidi ir ler um pouco.
De repente ouvi a campainha.
-Zach! – sorri ao abrir-lhe a porta.
-Hey! Are you ready?
-Yeah.
-All right, then, let’s go! – Sorri. Peguei na minha mala, nas chaves e no telemóvel e saímos.


Obrigada pelos comentários! É bom saber que estão a gostar do que escrevo! Espero que consiga continuar a cativar o vosso interesse pela minha fic!  Beijinhos :D

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Capitulo 6




VISÃO RÚBEN


Depois de deixar as raparigas no quarto fui para o meu e voltei a ligar o telemóvel, depois de vestir o pijama. Tinha mais chamadas da Inês… Estava mesmo a ficar cansado disto. Por mais que gostasse da Inês, este assunto estava a saturar-me e já começava a dar cabo da nossa relação… Por mais que eu quisesse lutar, as forças iam desaparecendo cada vez mais…
Apesar de já ser tarde e de já todos termos ido deitar-nos, eu precisava da ajuda da Andreia, por isso levantei-me da cama e fui até ao quarto onde ela e a Mónica estavam. A porta estava encostada, tal como eu a deixara e as luzes estavam apagadas. Entrei e a porta fez um pouco de barulho. Cheguei perto da cama da Andreia e ela mexeu-se e abriu os olhos ao sentir-me lá.
-Rúben? O que é que estás aqui a fazer? – sussurrou ela.
-Desculpa, acordei-te… – sussurrei também.
-Não, eu já estava acordada. Mas o que é que vieste aqui fazer? – perguntou ela, sentando-se na cama. Sentei-me ao seu lado.
-É a Inês… Ela não pára de me ligar. O que é que eu faço?
-Rúben, eu já te disse, atende. Conversem com calma. Vocês estão a deixar que uma coisa dessas vos afaste e isso não é bom. Se vocês gostam mesmo um do outro conversem e vão ver que se vão entender.
-Tenho medo de magoá-la com alguma coisa que eu diga.
-Rúben, às vezes precisamos de ouvir algumas verdades, por mais que doam e que nos magoem. Tens de ser sincero com ela. Eu acho que se ela gosta mesmo de ti ela devia perceber mais o teu lado… – Sorri. Falar com a Andreia fazia-me muito bem. Sentia-me sempre melhor, mais leve depois de conversar com ela.
-Obrigado, Andreia. Ajudaste-me bastante – agradeci.
-Sempre que precisares – prontificou.
-Obrigado. – Ela sorriu. – Bem, vou voltar para o meu quarto.
-Está bem. Até amanhã.
-Até amanhã. – levantei-me da cama e saí do quarto.
Cheguei ao meu quarto e tinha mais uma chamada da Inês. Resolvi mandar-lhe uma mensagem.

          Para: Inês
                   Olá Inês. Olha, daqui a 3 dias volto para Portugal, por isso, por favor, pára
                   de me ligar. Prometo que quando eu aí chegar combinamos alguma coisa.
                  Precisamos de conversar. Beijos.

Esperava que ela atendesse ao meu pedido. Até regressar a Portugal queria descansar a cabeça e aproveitar as férias com o David e as raparigas.


VISÃO MÓNICA


Ouvi o Rúben entrar no nosso quarto a meio da noite. Fingi que estava a dormir. Eu sei que não se ouve as conversas das outras pessoas, mas fosse o que fosse não ia sair nada da minha boca. E para ser sincera, eu estava curiosa para saber o que é que aqueles dois tanto conversavam, e visto que a Andreia não me dizia nada…
-É a Inês… – disse o Rúben. Apesar de eles falarem baixo, com o silêncio que estava, eu conseguia ouvi-los. – Ela não pára de me ligar. O que é que eu faço? – Quem seria a Inês?
-Rúben, eu já te disse, atende. – respondeu-lhe a Andreia. – Conversem com calma. Vocês estão a deixar que uma coisa dessas vos afaste e isso não é bom. Se vocês gostam mesmo um do outro conversem e vão ver que se vão entender. – Pelos vistos era a namorada do Rúben…
-Tenho medo de magoá-la com alguma coisa que eu diga.
-Rúben, às vezes precisamos de ouvir algumas verdades, por mais que doam e que nos magoem. Tens de ser sincero com ela. Eu acho que se ela gosta mesmo de ti devia perceber mais o teu lado… - Houve silêncio durante algum tempo.
-Obrigado, Andreia. Ajudaste-me bastante – agradeceu o Rúben.
-Sempre que precisares – respondeu-lhe a Andreia.
-Obrigado – voltou ele a agradecer. Depois disse que ia voltar para o seu quarto e saiu. Agora já sabia o que é que se passava. Não era nada do que eu pensava. Se calhar a Andy tinha razão, eu faço muitos ‘’filmes’’. O Rúben só precisava de falar, e a Andy estava ali, disposta a ouvi-lo e a aconselhá-lo. A partir de agora ia chateá-la menos. Não queria correr o risco de me chatear com a minha melhor amiga por causa de uma coisa que já sabia que não se passava. Casamentos a mais, é o que faço…

Desci até à cozinha com a Andy, onde o David já estava a preparar o pequeno-almoço.
-Bom dia – dissemos as duas.
-Bom dia, mininas! Então, dormiram bem? – respondeu-nos o David com um enorme sorriso.
-Sim, dormimos – disse a Andy.
-E os pijamas improvisados também nos serviram – ri.
-Desculpem ter de ser assim, mas molhadas do jeito qui cês tavam não podiam ficar. E como vocês não tinham roupa pra trocar teve de ser assim. E a minha roupa ia ficar bem maior pra vocês do que a do Rúben.
-Oh, não faz mal, serviu. E também foi só para dormir.
-Bom dia. – cumprimentou-nos o Rúben ao entrar na cozinha, ainda a espreguiçar-se.
-Bom dia – dissemos os três.
-Então manz, dormiu mal?
-Mal e pouco.
-Então? – perguntou a Andy.
-A Inês… - disse o Rúben.
-Uuuii… - comentou o David.
-Andreia, podes chegar aqui, por favor? – pediu o Rúben, parecendo sentir-se mal por chatear tanto a Andreia.
-Claro – respondeu ela, levantando-se da cadeira ao meu lado e dirigindo-se com o Rúben para o andar de cima. Virei-me para o David.
-David, a Inês é a namorada do Rúben, não é? – as palavras saíram-me da boca sem que eu conseguisse pará-las.
-É.
-E eles estão chateados, não estão? – não conseguia evitar que as palavras continuassem a sair, no entanto, parecia que até o meu inconsciente, que me fazia lançar estas palavras pela boca fora sem conseguir pedir o livro de reclamações nem antes nem depois, estava a ser cuidadoso.
-É, eles tão meio brigados sim. Porquê?
-Por nada. O Rúben e a Andreia dão-se super bem agora, não é?
-É. Parece qui o castigo de ontem serviu – riu ele.
-Pois foi. Vai na volta ainda se vão tornar melhores amigos.
-Já não deve faltar muito não. O Rúben tem falado bastante dela. Acho qui eles ficaram mesmo grandes amigos.
-Isso é bom, não é?
-Claro! O Rúben tava precisando de mais alguém pra animar ele, não posso ser só eu né?
-Exactamente.
Podia parecer, mas agora eu não estava a tentar ‘’casar’’ ninguém. Apenas sentia qualquer coisa que me dizia que o lugar daqueles dois era para além dos melhores amigos que pudessem ficar. Algo me dizia que tinham sido feitos um para o outro.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Capitulo 5



VISÃO ANDREIA


Nós os dois caminhavamos um ao lado do outro, de mãos nos bolsos. O telemóvel dele voltou a tocar. Ele voltou a deixá-lo tocar e a suspirar novamente.
-É a Inês outra vez? - perguntei.
-É.
-Atende.
-Não.
-Oh Rúben.
-Não insistas, Andreia. Enquanto ela não me perceber, as coisas não funcionam. - Eu queria perguntar-lhe qual é que era a discórdia, mas não tinha esse direito. Não podia meter-me assim na sua vida. Ficámos alguns segundos em silêncio mas continuámos a andar. - Tens paciência para me ouvir, ou achas que vai ser uma grande seca? - perguntou-me, exibindo porém um breve sorriso.
-Claro que não. Podes falar.
Enquanto tomavamos o caminho de regresso a casa do David, o Rúben contou-me o que se estava a passar para que ele e a Inês estivessem mal.
-Então mas ela quer que tu saias do Benfica?
-Não. Ela acha que estou muito bem no Benfica, só que acha que eu merecia estar num clube maior... Só que cada vez que começamos a falar sobre isso acabamos a discutir e eu estou farto disso.
-Mas tu não gostavas de jogar num clube maior?
-Acho que sim. Mas não quero pensar nisso. Sinto-me muito feliz e orgulhoso por estar no Benfica, e é onde pretendo ficar até ao fim da minha carreira. - Eu sorri.
Entretanto já estavamos novamente à porta da casa do David.
-Obrigado por me teres ouvido, Andreia. - agradeceu-me ele com um pequeno sorriso.
-Oh, não custou nada - respondi, sorrindo também.
De repente, abriram a porta da entrada e o David e a Mónica apareceram, com ar preocupado.
-Então manz, onde é qui cê se meteu? Eu ti ligo e seu telefone tá desligado.
-Calma! Está tudo bem. Só desliguei o telemóvel por causa da Inês. - tranquilizou o Rúben. Entrámos em casa.
-Então e tu, Andreia? Porque é que não me atendeste o telemóvel? Fiquei preocupada. - perguntou-me a Mónica.
-Ligaste-me?
-Liguei. Umas cinco ou seis vezes.
Tirei o telemóvel do bolso.
-Oh, desculpa, estava em silêncio, não ouvi.
-Pois.
-Mas vá, já cá estou e estou bem, não é?
-Depois falamos.
-Sobre?
-Várias coisas.
-Hm.
Fomos até à sala e sentámo-nos no sofá, junto deles. Ficámos um pouco à conversa até que o David se levantou.
-Bom gente, chama de minino se vocês quiserem, mas eu vou subir e cair na cama. Rúben, diz pra elas onde qui elas vão ficar.
-Mas nós vamos dormir cá? - perguntei.
-A menos que queiras ir a pé para casa a esta hora. Mas mesmo que queiras eu não vou deixar, por isso, sim, vais dormir cá - respondeu-me o Rúben.
-Cês têm três quartos pra escolher, por isso, fiquem à vontade. Boa noite, mininas.
-Boa noite - dissémos nós as duas.
-Eu não sou gente, né? - reclamou o Rúben na brincadeira.
-Ficou com ciúme Rú, foi? - gozou o David a rir.
-Cála a boca e vai dormir, mas é! - disse o Rúben, mandando uma almofada ao David e rindo a seguir. - Bem, vamos subindo para escolherem onde é que querem ficar?
-Sim - respondeu a Mónica.
Escolhemos o quarto e o Rúben apareceu lá com duas t-shirts na mão.
-Desculpem, mas vão ter de dormir com isto - estendeu-nos as t-shirts. - E estas são minhas, as do David ainda iam ficar maiores, assim como o resto da roupa, por isso...
-Não faz mal. Obrigada. - agradeci.
-De nada. Boa noite meninas. - disse o Rúben abandonando o quarto. DEpois de vestirmos os pijamas improvisados, sentámo-nos nas camas.
-Agora conta-me lá o que é que se passou quando tu e o Rúben ficaram sozinhos lá fora - pediu-me a Mónica.
-Já te disse que não se passou nada.
-Tens a certeza?
-Sim.
-Absoluta?
-Sim, chata.
-Sintética?
-É pá, Mónica, já te disse que não se passou nada!
-Analítica? - continuou ela.
-Cála a boca, mulequa! - ri eu, mandando-lhe uma almofada. Rimos às gargalhadas, mas depois acalmámos.
-Agora a sério. Andreia.
-Mau...
-Bom. Eu estou a falar a sério, agora. Passou-se alguma coisa entre ti e o Rú ou não?
-Ainda lhe chamas isso? Vê lá... - disse eu a rir. Ela deu uma gargalhada e encolheu os ombros. - Eu também estou a falar a sério. Sabes perfeitamente que não se passa nada. Eu queria era que me pudesses fazer a pergunta mas em relação ao Ricardo.
-O Quaresma?
-Não! O Pápa! - ri.
-Então, assim já é o Rú outra vez! - riu ela também.
-Oh! Claro que é o Quaresma! Havia de ser quem?
-Está bem, pronto! Mas olha, agora que falas nisso. Eles devem conhecer o Quaresma...
-Pois devem - concordei. Só agora é que tinha pensado nisso.
-Então, estás à espera do quê para falar com o Rúben? Vocês têm-se dado bem, e acho que não lhe vai custar nada apresentar-vos...
-Oh, achas que eu vou pedir isso ao Rúben?!
-Que mal é que tem? Eu acho que não tem mal nenhum, mas pronto, tu é que sabes.
-Vamos mas é dormir. Já é tarde. Amanhã pode ser sábado, mas não estamos na casa do meu primo, por isso.
-Sim, tens razão. - Apaguei o candeeiro. -Até amanhã, Andreia.
-Até amanhã.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Capitulo 4







Terminámos as aulas à hora de almoço e como não tinhamos mais aulas fomos dar uma volta depois de irmos almoçar a casa. O tempo começou a ficar cada vez mais escuro.
-Daqui a nada vai começar a chover - comentei.
-Pois vai. Uma boleiazinha é que dava jeito, agora.
Assim que ela acabou de falar começou a chover, e não foi pouco. Tivemos de por-nos de baixo de uma varanda.
-Awesome. Agora vamos ter de esperar para ir para casa.
-Para a próxima é melhor trazer o carro.
-Também acho, Andreia.
-Olha! Porque é que não vais tirar a carta? Ao menos assim já não dependes de mim nem do meu carro! - riu ela.
-Andreia! - ouvimos uma voz a chamar. Vinha do carro que tinha parado à nossa frente. - Entrem! - disse o Rúben. - Por incrível, a Andreia não hesitou, e corremos para dentro do carro. - Então pintainhos, estão bons? - perguntou-nos o Rúben, a rir, assim que entrámos.
-Agora melhor. - respondi. - Obrigada, David.
-Não fui eu qui vi vocês não. Foi o Rúben.
-Obrigada, Rúben - respondeu a Andreia pelas duas.
-De nada.
-Cês tavam indo pra onde? - perguntou o David.
-Estava-mos só a dar uma volta - respondeu a Andreia.
-Manz, achas que elas podiam...? - perguntou o Rúben ao David.
-Por mim podem. - O Rúben sorriu.
-Então, mais quentinhas? - perguntou-nos o Rúben olhando para trás.
-Hm-hm - respondemos as duas.
-Ainda bem... Olha, vocês não querem vir jantar connosco? - perguntou-nos novamente o Rúben.
Fiquei surpreendida e olhei para a Andreia. Ela estava normal e depois notei um leve sorriso no seu rosto.
-Porque não? - disse ela. A principio nem acreditava que tinha mesmo ouvido a Andreia dizer aquilo.
-Só quero pedir uma coisa pra vocês. Não mete o Rúben na cozinha, não! Si não ninguém janta! - riu o David.
-Eh! Vê lá! Até faço algumas coisas, então!
-Tava brincando com você, manz! - riu novamente o David. Eu e a Andreia rimos também.
-Pode ser que agora connosco na cozinha ele aprenda alguma coisa - riu a Andreia.
-Se quiserem ensinar - disse o Rúben.
-É, mas vocês vão ter qui ensinar pra ele como si vocês tivessem ensinando um néném - riu o David.
-Ahah - disse o Rúben ironicamente. - Hoje estás muito saidinho, ai estás estás! Vê lá se queres que eu ligue à Sara!
-Pode ligar. Ela vai mandar você dar uma volta.
-Então, manz?!
-Tá bom, tá bom. Eu paro. - disse o David ainda a rir.
Quando voltei a prestar atenção, vi que estavamos a abrandar a velocidade, até pararmos em frente de uma casa super grande
-Vais pôr o carro na garagem? - perguntou o Rúben ao David.
-Melhor. A chuva parou agora mas mais logo vai vir pior.
-Está bem. Então, - virou-se para nós as duas - meninas, nós os três vamos entrando e o David já vem.
Saimos do carro e seguimos o Rúben até ao interior da casa. Depois de o David estar já connosco fomos até à cozinha e pusemos todos um avental.
A cozinha estava...
-Uma bagunça!É assim qui essa cozinha fica sempre qui você vem pra qui, né Rúben? - disse o David.
-Isto está mesmo sujo! - ri eu.
-E a gente não tá melhor não, viu.
-Despachem-se lá, antes que o que está ao lume queime - disse a Andreia.
-Sim, vá, vamos lá despachar-nos que eu estou cá com uma fome... - concordou o Rúben. Todos rimos.
Depois de limparmos a cozinha eles subiram para os quartos para trocarem de roupa e eu e a Andreia tirámos  os casacos, que estavam super sujos. Pouco tempo depois eles já estavam a descer as escadas.
-Casacos limpinhos - disse o Rúben, mandando um casaco para a Andreia e outro para mim, mas, obviamente, o que ele me mandou foi parar em cima do sofá, que estava ao meu lado.
-Então, cadê esses reflexos, hein garota? - brincou o David.
-Ela? Isso já é normal! - juntou a Andreia.
-Os teus pouco falham, não é? - disse o Rúben metendo-se com ela.
-É - respondeu a Andreia ao Rúben, com um sorriso.
-Bem, podemos pôr já a mesa, hã? - propus.
-É isso ai. - concordou o David.








VISÃO ANDREIA


Depois de termos posto a mesa, enquanto o jantar acabava de fazer, o David e o Rúben decidiram ir jogar playstation. Ia ser bonito vê-los a jogar...
-Estás muito receptivel hoje... - disse-me a Mónica, enquanto eles preparavam as coisas para irem jogar.
-E é mau?
-Não, não. Só não estava à espera de te ver tão recptivel a estas coisas e com o Rúben.
-Apesar de no inicio não ter achado piada nenhuma, no final do dia com o Rúben percebi que não preciso ser tão teimosa...
-Ah, então admites que estavas a ser teimosa.
-Um bocadinho.
-Ah - sorriu. Voltámos para junto deles.
-O jantar já está pronto. Quando quiserem ir comer... - disse a Mónica.
-A gente vai só terminar esse jogo - respondeu o David. Quando eles terminaram jogo fomos para a mesa.
-Nã, nã, nã. Ganhaste por sorte! - disse o Rúben para o David.
-Chama o qui cê quiser. Ganho sempre pra você.
-Não ganhas nada. Foi só agora, ou estás a esquecer-te das vezes que foste corrido da minha casa depois de perderes? É que se estás eu posso pôr-te lá fora outra vez.
-Cê tá esquecendo qui essa casa aqui é minha, né.
-Bem, vamos comer ou quê? - disse o Rúben, a desviar o assunto e a tentar não se rir. Eu, a Mónica e o David desatámos a rir e ele acabou por se rir também.
-Tá bom. Vamo deixar você comer e depois a gente ti bota lá pra fora - gozou o David.
-Desde que me deixes comer - respondeu o Rúben a sorrir.
Jantámos num ambiente divertido e a Mónica e o David foram até à cozinha buscar a sobremesa.
-Então, preparada para provar a sobremesa que eu e o David fizemos? - perguntou-me o Rúben.
-Não sei. Acho que fizeram um bom trabalho?
-Claro que sim! Já vais ver.
Entretanto o David e a Mónica chegaram.
-Cês tavam ai conspirando ai, hein? - perguntou o David trazendo a taça com a mousse de chocolate que ele e o Rúben tinham feito.
-Estava aqui a dizer à Andreia que ela vai adorar a sobremesa que nós fizemos - respondeu o Rúben.
A Mónica e o David serviram todos e depois todos ganhámos coragem para meter a colher à boca.
-Ai! Está bom! Vês, vês Andreia, eu disse que estava bom! - disse o Rúben. Começámos todos a rir da figura dele. - Riam à vontade! Eu fiz um doce que saiu bem!
-Tá bom, Rúben. Agora faz uma pausa e ri de você, vai! - disse o David entre gargalhadas. E foi o que o Rúben fez, coisa que já não faltava muito mesmo que o David não tivesse dito nada. - Bom, mas agora qui a gente já comeu e a gente já riu um pouquinho, a gente tem qui cumprir a nossa promessa - disse o David com um sorriso, olhando para a Mónica e para mim. Captámos o objectivo. - Botar você pra fora de casa! - agarrou no Rúben e nós os três começámos a empurrá-lo até à porta de saida.
-Então manz! Eu estava a brincar! - disse o Rúben.
-Mas eu não! - respondeu o David abrindo a porta. Quando o Rúben já estava do lado de fora, pegou na minha mão.
-Posso ir, mas sozinho eu não fico!
-Cê tá com medo, é?
-Não David. Simplesmente quero a companhia - respondeu o Rúben mais sério.
-Tá bom. Só uma coisa. Cê só volta a entrar em casa à meia- noite, por isso, aproveita bem qui depois acaba.
-Fecha mas é a porta e cála-te! - riu o Rúben.
A porta fechou-se e ele sentou-se nas escadas da entrada da porta.
-Porque é que eu tenho de estar aqui?
-Porque eu quero que estejas.
-Bela resposta, Rúben Filipe.
-Ahah. Voltamos à teimosia, Andreia Filipa?
-Se for preciso volta. - De repente, o telemóvel do Rúben tocou. Ele olhou para o visor e suspirou profundamente. - Quem é?
-A Inês.
-Quem é a Inês?
-A minha namorada.
-A tua namorada... Então porquê essa cara? Não vais atender?
-Nós não andamos muito bem...
-Então, por isso mesmo. Atendes e pode ser que resolvam.
-Não me parece .
-Ok, tu é que sabes.
-Pois é. Eu é que sei. Vamos dar uma volta?
-A esta hora? Já não é suficientemente mau o David ter-te posto cá fora, eu ter vindo por acréscimo e só podermos voltar a entrar à meia-noite?
-Oh, anda lá. Deixa a teimosia guardada nos arbustos e vamos passear, Senhora Resmungona.
-Senhora quê?
-Nada. Anda- respondeu ele, puxando-me com ele.




VISÃO  MÓNICA


Depois de o Rúben e a Andreia estarem fora de casa, eu e o David fomos levantar a mesa.
-Coitados, David. Vais deixá-los lá fora a congelar.
-Eles si aguentam.
-Mas qual é que é a ideia? Pensava que estavas a brincar.
-O Rúben tá precisando.
-Está a precisar do quê?
-De falar.
-Com a Andreia?
-Ele confia nela.
-Espero que não de para o torto... - disse eu preocupada
-Não vai dar não. Pode ficar descansada - respondeu-me o David, colocando um braço sobre os meus ombros. - Agora vamo tratar dessa loiça!
Enquanto eu lavava o David passava por água.
-Então e cê gosta de futebol? - perguntou-me ele.
-gosto. Agora já gosto.
-Agora? Cê não não gostava antes?
-Não ligava.
-Ah, então cê conheceu o Rúben e eu e ai cê passou a gostar, é? - riu ele.
-Não! Não. Eu já gostava antes - ri também.
-Hm. E qual é o time qui cê torce?
-Benfica!
-Ah bom! - demos uma gargalhada. - Cê tem qui ir conhecer o plantel. Você e a Andreia. - Ao ouvi-lo, deixei cair a esponja. -Ôbá! - disse ele apanhando-a. - Seu equilibrio não tá muito bom não. Cê tem qui vê isso viu - sorriu.
-Acho que não vai valer muito a pena.
-Vale sim. Nem qui seja só pra rir um pouquinho.
-Rir de mim.
-Oh, tem vezes qui não dá pr'aguentar mesmo.
-Eu sei..
De repente tocou o telemóvel dele.
-Ôbá! Pode continuar qui eu já volto - disse-me ele antes de pegar no telemóvel. - Fala. Oi amor! - começou ele a dizer, enquanto se dirigia para a sala.




Eram onze e meia e eu e o David estávamos na sala a ver televisão.
-Só falta meia hora. Não achas que eles já podem voltar para dentro? Já devem ter conversado tudo - sugeri.
-Tá bom. Acho qui já devem ter terminado a conversa. - O David levantou-se e foi abrir a porta. Espreitou lá para fora e voltou a vir para dentro.
-O que é que foi? - perguntei.
-Eles não tão aqui não.
-Não estão? - levantei-me e fui até à porta.
-Qui é qui será qui o Rúben foi fazer... - disse ele, um pouco mais baixo.
-O quê?
-Deixa pra lá. Eu vou ligar pró Rúben, pra vê onde qu'eles tão.
-Sim, faz isso.